Nice Barth
São Paulo, 14 / 08 / 2006
É amena, é bravia,
É a noite, é o dia,
É inteira, é fatia
É Raquel e é a Lia
É serena, é ansiosa,
É ferina, é amorosa
É valente, é medrosa
É quieta, é perigosa
É violino, e é orquestra
É cidade, e é floresta
É sinistra e é a destra
É discípula e é a mestra
É feliz e é felina
É antiga e é menina
É a lua e é neblina
É real, é esterlina
É atéia, é malandra
É Medéia, e é Cassandra
É o réu, é o juiz
É fugaz, é permanente
É a Eva, é a Serpente
É furiosa, é carente
É nascida e é matriz
É certinha, é descuidada
É o filé, é a salada
É a bruxa e é a fada
É canção, é trovoada
É a massa, é a caça
É a pedra, e é fumaça
É a boca, e é mordaça
É o vinho e é a taça
É a graça, é a raça
É limão, é a cachaça
É o banco e é a praça
É mistério e esplendor
É amor, é indiferença
É a fé, é a descrença
É a vida, é a morte
É tão frágil, é tão forte
É espírito, é matéria
É terrena, é etérea
É esboço, arte final
É tangente, é secante
Diapasão altissonante
Fusa tridimensional.
25 agosto 2006
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