25 setembro 2006

Refulgir!

Desde os tempos da FEI, a faculdade de engenharia que cursei, costumava escrever um monte de besteiras em um caderninho que guardei atá a bem pouco tempo e que estou procurando há mais de seis meses e não acho. Desde essa época meus textos se chamavam refulgir: Refulgir I, Refulgir II, etc.. até o Refulgir V. Por que se chamava refulgir, não sei. O que eu sei é que estou indignado com minha dificuldade de empregar as diversas variações do por que. Então, resolvi, neste texto, por um fim nisso,
Consultando alguns livros de gramática, posso dizer o seguinte:

Primeira explicação: Usa-se o por que, separado, nas perguntas: Por que devemos tomar banho aos sábados? Por que ela tingiu o cabelo?

Segunda aplicação: O porque junto, em uma palavra só, aparece nas respostas, que em geral apresentam uma explicação: Ele chegou tarde porque o trânsito estava congestionado. O jogo foi adiado porque o outro time não veio.

Dificuldades: Existe um por que separado mesmo quando não se faz uma pergunta. Ele é usado desde que esteja clara ou subtendida a palavra motivo(causa, razão). Não sei por que ele cospe na parede. (Não sei por que motivo ele cospe na parede).

Este é mais fácil: Ele é um substantivo, o porquê. Não sei o porquê de você usar biquini num funeral. O Lula não quis explicar os porquês de ter tantos amigos idiotas.

Fim de frase: Estava triste sem saber por quê. O chefe o despediu e ele perguntou por quê. Ninguém ligava pra ele. Por quê?

Agora piorou: O porque junto pode estar nas perguntas. É quando você pergunta e sugere a resposta ao mesmo tempo: Ele chegou cansado porque estava comendo na vizinha? Você não chupa cana porque tem dentadura?

Que dureza!: Pode substituir também o pelo qual e para que: Era o apelido por que o conheciam. Estavam ansiosos por que seu chefe saísse de férias.

Adoro a língua portuguesa! Que riqueza, que beleza.