30 maio 2006

Minhas casas

Resolvi hoje testar minha memória. Vou dizer a todos os leitores de meu blog as casas em que morei, quantas foram e onde eram: A primeira, onde nasci foi na Rua Duque de Caxias, em Pirassununga. Não me lembro de nada dela. A segunda foi na Rua Bom Jesus, porém me lembro que minha prima Marianice pulou uma cerca de espinho e teve suas perninhas machucadas. A terceira foi na Pereira Bueno, a da foto do blog anterior. A quarta na Quinze de Novembro, também em Pirassununga, a da foto abaixo. Daí, viemos para Limeira e moramos na Senador Vergueiro 893 e depois na 875. Fui para São Paulo morar numa pensão que ficava no Bom Retiro. Estava no cursinho. Não me lembro do endereço.
Entrei na faculdade, em São Bernardo do Campo e fui morar numa república fajuta, com banheiro fora e tudo o mais.
Seis meses depois mudei para outra república, na Rua Dr. Flacker, agora num apartamento de um quarto com 5 pessoas, porém com banheiro dentro(Não vi ainda apartamento com banheiro fora).
Mudei para outra república, sempre com a mesma turma. Mudei para outra casa e, depois, mais uma casa em São Bernardo(com banheiro fora). Me formei, com muitas dificuldades. Rua Apiacás, em São Paulo foi a próxima república. Morei com o Dantas, colega meu da FEI. Parti para um apartamento na Tucuna, também na Pompéia, pois iria me casar. Casei e expulsei o Gil, meu cunhado, que morava comigo até o casamento. Daí, engravidamos(Minha mulher e eu, não o Gil). Tive que procurar um apartamento maior e fui morar na José Antônio Coelho, mais ou menos Vila Mariana e Paraíso. Fui despedido de meu emprego e fui para Resende-RJ. Aluguei um apartamento no único prédio que havia na cidade. Dois anos depois fui morar no Manejo: Rua Padre José Sandrup, uma casa numa rua de terra, como o pessoal de lá falava. Problemas profissionais me mandaram de volta à Limeira. A primeira casa foi na Rua Virgílio D´Alóia, centro. Depois, minha mãe comprou uma casa para mim, na Bartolomeu Bueno. Devido à má construção( a casa era nova, porém mal feita), mudamos para a Vila Camargo, Rua José Fracalossi, isto em 1982. Daí, construí esta casa em que estou a partir de 1986, na Rua Professora Otília H. Paolillo, 255 - Limeira.
TOTAL: 18 moradias

Duvido que alguém, no mundo tenha mudado mais de casa que eu. Fica aqui o desafio!



Rua Quinze de Novembro, 218 - Pirassununga-SP

26 maio 2006

Atualidades

A Suzane, que matou os pais está solta de novo.
Garotinho virou vice.
Lula está imbatível.
Marcelinho voltou.
Aumentaram os furtos na Suiça, na cidade onde a seleção está hospedada.
Ricardinho foi convocado.
O pessoal dos direitos humanos está voltando.
A Venezuela entrou no Mercosul.

Agora a boa notícia:
Não estou com dor de dente!

14 maio 2006

Ausência forçada

Em virtude de aparecer um projeto para eu fazer em casa, em minhas horas de folga(à noite), ficarei de 15 a 22 de maio ausente deste blog. Quanto aos comentários que faço nos outros, acho que continuarei a fazê-los. A grana está curta e preciso me virar um pouco. Saravá!


Um pouco da história da humanidade:
A foto é do dia 15/02/1947, quando cortei o cabelo e me tornei um Menino com m maiúsculo. Foi tirada um dia depois daquele da foto da chuquinha.

11 maio 2006

Festival de Música Clássica Ligeira

Esse foi o nome da coleção de discos que meu pai comprou quando eu tinha por volta dos 15 anos. Festival de Música Clássica Ligeira, das Seleções Do Reader Digest. Foi aí que eu descobri muitas maravilhas, muitas pessoas maravilhosas: Tchaikovsky, Wagner, aquele do Loehngrin, Smetana, Mozart, Sibelius, Paganini, Schubert, Verdi e muitos outros. Na verdade, não os conheci sozinho. Junto, embaixo do sofá estava meu cão, o Brotinho, que me acompanhava nessas descobertas. Era um cão mestiço de Vira-lata e Lulu. e, como eu, adorava essas músicas esquisitas. A vitrola era uma estereofônica da Philips, com todos os autofalantes num móvel só, o que prejudicava um pouco a separação dos sons. O que me impressionava sempre e até hoje acho muito bonito eram os sons dos sininhos, que, em toda abertura ou grande final aparecem. O som era muito cristalino e maravilhoso. Hoje, com a queda da capacidade de captar todos as frequências sonoras, escuto esses sons apenas na memória. Mas, era muito gostoso. A paz de espírito que me envolvia e ao meu cachorro nos levava, eu diria ao céu. Até hoje essas músicas são para mim uma maravilha. Mais tarde, parti para o jazz americano, a bossa nova, que teve uma influência enorme no jazz e, até hoje continuo ouvindo aquelas músicas clássicas ligeiras e, outras, menos ligeiras e mais intimistas. Infelizmente o Brotinho não pode acompanhar meu progresso em curtir boas músicas. Morreu no meu primeiro ou segundo disco(LP) de jazz. Era o "Modern Jazz the blues In", com Thelonius Monk, Art Blakey and The Jazz Messengers, Ray Charles, Milt Jackson, Lennie Tristano, Charles Mingus e outros. Creio que gostou bastante dessa música, pois sempre estava comigo, depois do almoço embaixo do sofá. Creio que morreria bem antes e muito infeliz, se eu ouvisse essas "músicas" sertanejas de hoje...

Índio não quer mais apito

Observando as notícias sobre o gás boliviano e seu índio presidente, fiquei imaginando, entre todos os nossos ex-presidentes e o atual presidente, qual seria o estadista ideal para conduzir tal episódio internacional de burrices e fraquezas.

Voltando no tempo, aos poucos, vejo FHC em cima do muro, numa atitude tão insólita e irresponsável como a do Lula. Também seria um desastre, principalmente por que iria fazer seu pronunciamento em francês, diretamente da Sorbonne.

Antes dele, Itamar Franco. Este não seria capaz de entender bem a situação, pois ninguém o havia avisado da existência do gasoduto e jamais imaginaria que a Bolívia tivesse mais gás que o estado de Minas. Quem é esse tal de Evo Morales?

Aqui entra o Collor. Subiria ao palanque em Maceió e diria: "Não me deixem só!" E sairia rapidinho para mais uma.

O outro deve ter sido o Sarney. Qual seria sua postura frente a esse problema? Provavelmente escreveria o livro: "As divergências entre países do Terceiro Mundo e suas consequências na gastronomia brasileira", depois de aparar o bigode.

Antes dele houve um vácuo. Não havia presidentes, só ditadores. E os ditadores só fazem o que o patrão manda, os EUA. Teria nesta hora de começar a analisar os presidentes americanos, mas, infelizmente, não sou competente o bastante.

Chegamos a João Goulart. Sensato como era, iria se aconselhar com Brisola, ao pé da churrasqueira, tomando chimarrão. Brisola diria que isso era coisa dos países imperialistas e que Jango deveria inciar uma guerra com a ALCA, apoiado por Cuba. Jango, extremamente acuado, sem dúvida, tomaria mais um pouco de chimarrão e Brisola pediria asilo a Hugo Chavez.

Antes veio o Jânio. Daria uma sapatada na mesa e repetiria aquela frase: "Forças ocultas me impedem de governar!" Que forças, senhor presidente? "Ocultas, portanto, nesta crise não me é possível tomar qualquer atitude, por mais correta que seja. Renuncio!"

Enfim, o último que eu conheci, o Juscelino. Ao saber do desatino, pegaria seu violão e cantaria uma música de roda para o Evo Morales. "¿Qui canto es este?" "Peixe quer mar." E o assunto ficaria para a música, com Morales cantando sua preferida: "Quando sali de Cuba".

OBS.- O pior de toda esta crise é que meu carro é a gás...

10 maio 2006

Poesia psicografada por Shiost - A lebre

Chega de obrigações proscritas!
Chega de insurgências indiretas!
Chega de cobranças mal escritas!
Chega de lamúrias abjetas!

É hora de dizer se se é ou se não se é,
É hora de mostrar porque cá estamos,
É hora de se fazer um bolo e um café,
É hora de por um jingle, Nostradamus!

Pois quem é sem saber quem foi
Jamais será sem saber quem era
E se meu pijama caberá num boi,
Nem boi de piranha, sou, quem me dera!

E assim, nas minhas poucas poesias,
Só escrevo palavras que eu quero:
Não me importa que faça heresias
O que eu sei é que gosto de bolero.

Poesia é isto, nada mais que isto
Escrevam que algo logo da mente sai,
Ou entra, depende do ponto de visto.
PALAVRAS, escreve uma palavra, vai!
Que o resto é o resto, não é papai?

Esta poesia foi recebida por Shiost, enviada por Mesmeu, o filósofo triste.

09 maio 2006

Rádios

Pretendo falar um pouco de emissoras de rádio e também um pouco de rádio. Quando eu tinha mais ou menos 20 anos, já meio coroa, comprei um receptor de FM em uma lojinha de Limeira, do Stocco. Era um kit de receptor que a gente tinha de montar numa caixinha de madeira. Montei. Um tempo depois comprei um kit de amplificador mono, que também montei. O altofalante foi mole. Era uma caixinha muito feia, de madeira coberta com um plástico colante que eu não lembro o nome, que imitava madeira. Daí, comecei a sintonizar as FMs: Rádio Eldorado, Rádio Excelsior, Rádio Cultura, etc.. Não sei se é saudade ou se era tudo mesmo maravilhoso. Não havia intervalos comerciais, os locutores eram extremamente profissionais e as músicas eram, basicamente, instrumentais: A Eldorado, como sempre, com suas pitadas de Jazz, a Cultura com suas músicas clássicas e a Excelsior com um repertório baseado praticamente em Big Bands. Embora meu aparato fosse muito simples e monofônico(desculpe o palavrão), as músicas eram ótimas. Morava na época em São Bernardo e fazia faculdade. São Bernardo é muito perto de São Paulo, daí a possibilidade de eu conseguir sintonizar as rádios. Passados 30 anos ou mais chegamos às FMs de hoje. Fora a Eldorado, CBN. Antena 1, Alpha e outras poucas, educativas, o que ouvimos hoje é um pandemônio. Por algum motivo muito forte os empresários de rádio resolveram que os ouvintes das rádios FM são totalmente idiotas, débeis mentais ou o que quer que sejam. Todos os ruídos irritantes existentes são colocados em suas transmissões: telefones tocando, sirenes de polícia, barulhinhos de computador, de viagens espaciais, jogos eletrônicos, roletas, etc.. Além disso permitem a participação do ouvinte que, logicamente, não tem nada de útil a dizer, uma vez que é ouvinte dessas rádios idiotas.

As músicas, quando existem, são as da pior qualidade possível, sempre induzindo os ouvintes imbecis a pedirem bis. E todas as rádios são iguais: Do Oiapoque ao Chuí. Fico me perguntando e aos inúmeros leitores de meu blog: Será que estou ficando velho e, portanto, achando que tudo o que acontecia antigamente era bem melhor do que o que se vê e ouve por aí, nowadays?

Tio Décio

O tio Décio era um tio torto meu. Todo o tio torto tem o dom de se casar com as irmãs de meu pai. Por isso, era tio torto. Mais ou menos quando eu tinha poucos anos, deve ter sido lá pelos 1958, ele me contou uma história: Passava ele pela Avenida São João, em S. Paulo, quando viu uma freira levando uma menininha de seus seis anos pelo pulso. Inteligente e observador que era, disse à respeitosa, porém irresponsável religiosa: "Jovem, por que não pega na mão dessa menininha e a ajuda a atravessar a rua, ao invés de pegá-la pelo pulso, como uma prisioneira, arrastando-a pela cidade?" A resposta: " Essas crianças só me dão trabalho!" Daí me lembrei de um passeio que dei com inha netinha de 3 anos pelas ruas desta gloriosa Limeira. Ela tentava colocar sua mão nos muros das casas, ao longo das calçadas. Eu, um grande educador e filósofo popular de muros, disse a ela: " Ana Cláudia, não ponha a mão no muro pois os cachorros e os homens fazem xixi nos muros de noite." Ela entendeu e continuou pondo a mão nos muros. Hoje, saindo do Banco do Brasil, após pegar milhares de reais para passar os próximos dias, vejo uma mãe, com uma formação cultural um pouca mais baixa que a minha dizendo a um menininho, mais ou menos da idade de minha netinha: "TIRA A MÃO DO MURO!!!!". Esta lição deve ser dada a todas as pessoas que tem netinhos ou filhos nessa idade, 3 anos.


Devido a um pau no Blog, hoje não foi possível mandar uma foto.

08 maio 2006

Dois anos após a guerra

Eu era assim, com um ano e 10 meses, exatamente em 14/02/1947. Depois, fui ficando cada vez mais bonito até chegar à perfeição de hoje. Esta é uma bênção diária para mim. Olhar toda a manhã no espelho e ver que, apesar da minha idade, não mudei muito.


05 maio 2006

Como criar um Blog

Tendo em vista a dificuldade encontrada por alguns dos meus inúmeros leitores para abrir um Blog e começar a revelar ao mundo suas idéias malucas, resolvi aqui fazer um tutorial sobre o assunto.
Primeiro passo: Ligue o computador

Para ligar o computador é necessário ligar primeiro o estabilizador, que tem um botãozinho escrito 0 e 1 ou on e off. Aperte o 1 ou o on. Em seguida aperte a tecla para ligar o computador. Esta tecla está na própria torre do computador, desde que não seja um notebook.

Segundo passo: Faça a conexão com a Internet

Para tanto é necessário ter uma conta com algum provedor, que pode ser pago ou não. Alguns provedores tem um discador que em se clicando nele, é feita a conexão, desde que você coloque seu login e sua senha, mais conhecida como password.

Terceiro passo: Abra o Internet Explorer ou o Firefox

O Internet Explorer é um programa que todo PC tem e serve para navegar na Internet. Basta apenas dar um duplo clique com o mouse no ícone do programa. Caso não consiga encontrar o ícone do programa é necessário consultar o neto que estiver mais perto. O Firefox é um outro programa igual só que ninguém usa.

Quarto passo: Digite lá em cima, onde estiver escrito endereço, o seguinte endereço:
http://www.blogger.com

Quinto passo: Ao abrir a página do Blogger clique em "Crie o blog agora"

Sexto passo: Crie uma conta

Preencha os campos solicitados, procurando sempre criar um nome exdrúxulo para o blog, senão a página voltará dizendo que esse nome já existe. Complete o formulário e clique no quadradinho "Aceito os termos do serviço" e clique CONTINUAR

Sétimo passo: Preencha os campos de novo, observando as observações já feitas anteriormente, tipo: nome exdrúxulos, etc.. No endereço do blog coloque o mesmo nome do blog. Na verificação das palavras copie as palavras em vermelho que aparecem. Depois clique em CONTINUAR.

Oitavo passo: Escolha um modelo Isto é fácil. Depois clique em CONTINUAR.

Nono passo: Aparece uma página dizendo que o blog está sendo criado e em seguida que está pronto. Clique em CRIAR POSTAGEM.

Décimo passo: Vá ao menu favoritos, lá em cima, no Internet Explorer e clique: Favoritos e em seguida Adicionar aos favoritos - OK.

Undécimo passo: Se o nome de seu blog for zabumba seu endereço do blog vai ser: http://zabumba.blogspot.com.

Duodécimo passo: Para criar uma nova postagem vá aos Favoritos e clique na página que você salvou no décimo passo.

Tridécimo passo: Boa sorte! Jamais esqueça a senha.

03 maio 2006

Troglodita

Doença
Tendo em vista o fato de eu ser mais ou menos troglodita, coloco em meus textos palavras oriundas ou mesmo, pertencentes a outras línguas, como o inglês, francês, espanhol e latim. Sendo assim, mando aqui uma máxima em latim: "Nihil Sequani respondere, sed in eaden tristicia tacit permanere". Isto é, jamais acreditem no que lêem nos comentários. Em uma postagem muito elaborada e revista até por Abdull Al Kaaf, exímio professor de inglês na República Persa, escrevi que o disease do personagem principal da narração tinha aparecido como que do nada. Vieram então enchurradas de críticas e comentários dizendo que essa palavra desease não constava no Webster e um outro dizia que sua sobrinha sempre que chegava no desease em seus trabalhos escolares desistia e ia jogar peteca. Desta forma, me achei no dever de esclarecer aos inúmeros leitores que a forma correta é a que está no meu escrito: DISEASE, com i depois do d. Portanto, anônimos e caóticos de agora em diante devem prestar atenção ao que escrevo, pois, senão, nada compreenderão do escrito. E, se preparem, farei citações em hebraico, sumarita, galego, ídiche e greco-romano.

Adivinhe meu pensamento
Solicito a benevolência de meus leitores para que me expliquem direito essa história de "adivinhe meu pensamento", para que eu possa elaborar outra prosopopéia a respeito do tema.

02 maio 2006

Adivinhe meu pensamento

A Brincadeira era a seguinte: um menino falava: "Adivinhe meu pensamento!" O outro dizia: "Ponha o dedo no chão e cu no vento!" Arnaldinho, o Dinho, já estava com o saco cheio dessa brincadeira quando o outro Dinho, o Alfredinho, chegou e fez a fatal pergunta: "Adivinhe meu pensamento!" O primeiro Dinho falou: "Pô, Dinho, essa coisa já encheu o saco. Vamos mudar a frase. Ao invés de Adivinhe meu pensamento, que tal, Adivinhe onde sua irmã está?." " E qual vai ser a resposta?" "Aí você escolhe. É uma brincadeira nova." "Responda você primeiro: Adivinhe onde sua irmã está?" "Está com a Lalá. Viu como é fácil?" "É mesmo. Vou andar por aí para testar, tchau." Então o Alfredinho chegou para seu grande amigo Toninho e mandou ver: "Adivinhe onde sua irmã está?" "Você também já tá sabendo? Todo o mundo tá sabendo? Vá procurar saber onde sua mãe está que você ganha mais!" E foi embora puto da vida. A Aninha foi a próxima: "Adivinhe onde sua irmã está?" "Você devia cuidar mais da sua vida, seu moleque, em vez de encher o saco da gente. Vá procurar saber onde sua mãe está, isso sim!" Alfredinho estava ficando cada vez mais desnorteado, pois sabia que sua mãe, à tarde, dava aulas de piano, nada mais honesto e nada mais chique, numa cidadezinha mineira daquelas. Portanto, continuou com a brincadeira nova. Chegou pro seu Osório, o barbeiro e amigo de todas as crianças e perguntou: "Adivinhe onde sua irmã está?" "Alfredinho, você ainda é muito jovem e não sabe muitas coisas da vida. Em 80% das famílias, há uma puta. Não é por isso que você deve vir aqui, justo hoje que meu aluguel venceu, para falar da minha irmã. Ela já tem a vida dela, está pagando o aluguel em dia. O fato dela ser puta é apenas um detalhe. Como vai sua mãe?" Cansado de brincar e vendo que a brincadeira era uma merda comparada à brincadeira do pensamento, resolveu voltar para a casa, lá encontrando sua mãe na cama com o Júlio César, grande aluno de piano e um grande amigo. Meio sem saber o que falar, aturdido pelo que viu e condicionado pela brincadeira que fez o dia todo perguntou ao Júlio César: "Adivinhe onde sua irmã está?" Calmamente Júlio César disse: "Deve estar lá na cozinha, trepando com seu pai." Seu Correa, o pai do Dinho era um grande professor de português.

Moral da história: Toda pergunta, merece sempre uma resposta. Se não for indireta, direta será. (Mesmeu, o filósofo triste)

The book is on the table

No século passado, mais ou menos em 1983,1984 me voltei ao estudo do inglês com uma excelente professora particular. A Lígia, irmã do Ricardo Galzerano. Estava craque nas gramáticas e bem avançado nas conjugações mais complicadas e voltava para casa carregado de exercícios e livros específicos para ampliar meu vocabulário. Nesta época, eu me lembro bem, teve lugar minha maior atividade de consertos e afazeres domésticos. Era um tal de eu consertar torneiras, trocar chuveiros, instalar novos lustres, tirar os novos e colocar os antigos, arrumar as antenas de TV, lustrar sapatos, lavar louça, organizar as fotos das crianças, arrumar minhas gavetas de cueca, etc. Tudo para não estudar inglês. A aula era semanal e no dia anterior eu fazia os exercícios correndo e lia o livro que podia, de manhã, no dia de aula, no trono. O jornal, neste dia, ficaria para a noite. Como não podia deixar de ser, deixei de ser aluno da querida professora e parei com o inglês. Felizmente o inglês falado não me fez falta, mas, o que aprendi naquela ocasião me deixou muito à vontade para ler tudo o que vai pela internet e pelos artigos técnicos voltados a minha área. Mas, o New York Times, esse não dá prá ler não. Porém, o que mais me entristece e é parte integrante da minha pesonalidade é a total inibição que tenho quando aparece uma oportunidade de falar com alguém nesta língua. Fico mudo e, quando falo qualquer coisa, sai tudo errado. E o pior é que, se eu fosse escrever o que deveria ter falado, sai tudo direitinho. Psicólogos, me aguardem. Existe aqui um cliente em potencial.

01 maio 2006

Self-Service

Embora Renato sempre soubesse que nem tudo é para sempre e que nem toda infelicidade é duradoura, viu-se, certo dia numa situação achacapante ou acachapante. Perdeu o olfato. Não o olfato total, mas o olfato seletivo.
Percebeu primeiramente a disease ao ir a um self-service que frequentava todo o dia. Sentiu cheiro de flores, principalmente jasmins. Quem já teve a felicidade de estar próximo a um canteiro de jasmins saberá o que digo. Não há cheiro mais envolvente e cristalino que o cheiro de um canteiro de jasmins. Ficou feliz, pois, afinal, aquilo sim era um cheiro gostoso e não aquele cheiro de frituras e banhas que sentia sempre no dito self-service. Feliz, resolveu optar naquele dia por macarrão, bem fininho, do tipo talharini, número 8, alho e óleo. Qual não foi sua surpresa ao notar que o cheiro do macarrão era de chocolate. Chamou o dono do local, pois o restaurante não tinha gerente e nem sub-gerente e muito menos maitre e disse: "Cacete, este macarrão está com cheiro de chocolate." O dono deu uma cheirada no prato do Renato e, não notando nada de anormal, disse para pegar outro tipo de comida pois iria verificar o ocorrido. O cara tinha a manha de comércio. Renato então, satisfeitíssimo, resolveu pegar um arrozinho com feijão, farofa e bife acebolado. ao chegar à mesa percebeu um cheiro estranho de mictório, aquele cheiro azedo e chamou novamente o dono, dizendo: "Olha que cheiro de mictório." O dono, já desconfiado chamou a caixa e perguntou: "Nadir, que cheiro tem este prato?" A mocinha, pega de surpresa e sendo obrigada a comer aquela comida todo o dia disse: "Cheiro de self-service." "Como, self-service?" perguntou o patrão. Ela disse: "Tudo neste self-service tem o mesmo gosto e cheiro, portanto esse prato está cheirando self-service." Porém, o dono disse a ela que o cliente estava reclamando que o cheiro era de mictório. "Com cheiro de mictório tá o da sua mãe!". Na hora em que Renato ia dar um chega prá lá na garçonete, chegou um cliente pedindo café expresso. Renato disse: "Eu sei que estão fazendo café, mas eu estou sentindo cheiro de groselha. É uma nova fórmula?" O dono, percebendo que seu cliente estava descalibrado, acionou o Corpo de Bombeiros. Quando os enfermeiros chegaram, puseram logo uma máscara de éter para acalmar o Renato. Foi aí que ele gritou: "Cocaína? Manda mais que eu gosto!"