28 abril 2006

Use filtro solar

Recebi um e-mail com um clip muito bom de um publicitário contendo conselhos em geral para viver bem. O título do e-mail é: "Use filtro solar." Quem quiser assistir ao vídeo é só pedir, ao comentar este post que eu enviarei o e-mail. Já assiti pela Internet mas a reprodução não ficou muito boa. Sobre este assunto, tenho os seguintes comentários: Fui a uma consulta com uma dermatologista e após exame detalhado ela me passou algumas fórmulas mágicas para tirar as manchas de pele de um senhor de 59 anos. Além disso me passou a receita de um filtro solar que eu deveria usar diariamente. É sabido que o sol é o maior causador de cancer de pele. Voltando às receitas, vi que cada potinho (manipulado, é lógico) tinha 30 mg de poção. Como pretendia, na ocasião viver até os 96 anos, logicamente que nos últimos seis recolhido a uma cama forrada com plástico, fiz umas contas e cheguei à conclusão que deveria comprar 744 potinhos para as manchas e 744 potinhos para o sol. Deveria comprar uns 45 kg das poções. Supondo que cada poção custasse a bagatela de R$15,00 deveria despender R$22.320,00 até os meus 90 anos. Uma mixaria. Pensando um pouco mais, verifiquei que gastaria 10 minutos por dia para passar os cremes. Sem contar o tempo gasto com as idas à farmácia para renovar as doses, percebi que perderia 2 anos e 7 meses aplicando os produtos. Após estas contas malucas, acho que se eu viver até os 93 anos, sem as poções mágicas, está de bom tamanho.

O Jardineiro Infiel

Na minha província vivia um funcionário lúdico aposentado que, nas poucas horas vagas, gostava de escrever. Após várias tentativas infrutíferas (sem frutas) de escrever sobre assuntos triviais, como, "Ser feliz, qualquer um consegue", "Como tornar um casamento eterno", "A abundância de água no sertão nordestino", desistiu de tudo e foi nadar.

É preciso aqui abrir um parênteses (. Depois é preciso fechá-lo ). Pronto.

Nadava nu e como era de se esperar, em sua piscina particular cercada de muros por todos os lados. Quando um vizinho construiu uma casa ao lado da sua, verificou tim-tim por tim-tim se haveria a possibilidade de a vizinha observar seu corpo nu e, portanto, se apaixonar por ele. Para sua felicidade percebeu que a vizinha jamais poderia ver suas vergonhas e que poderia continuar nadando nu. Embora intimamente percebesse que seu nado continuava livre de interferências, por algum motivo que desconheço, passou a nadar de pijama. Foi então que sua amada esposa disse: "Pô, todo dia tenho que lavar essa p... de pijama." Isto foi um choque violento em sua vida, pois tudo fazia para não atrapalhar as leituras eróticas de sua esposa. Tomou uma eróica decisão. Eróica é sem "h" mesmo, pois a decisão não foi muito heróica. Resolveu pegar sua esposa e ir para os Estados Unidos, visitar seu filho, netos e nora (Uma concessão deste escritor). O motivo da viagem foi único: Na casa do filho não havia piscina (lá eles chamam de pool) e, desta maneira, não seria necessário lavar um pijama por dia, nem levar um monte de pijamas na bagagem

Porém, percebendo a inutilidade de sua vida aristocrática, resolveu ajudar seu filho num serviço, a princípio, taxado como jardinagem. Ou seja, encheriam o saco de todos os vizinhos de tal forma a levá-los a aceitar seus serviços especializados de remodelação de jardins. Não é preciso dizer, porém, acho que é preciso dizer: Os primeiros cartazes digitados no Mequintosch e xerocados em milhares de cópias deram como retorno apenas um pedido, justamente do casal da esquerda, John and Ann McDonald. Porém, o serviço pedido pelo casal nada tinha a ver com remodelação de jardins, mas sim tirar folhas das calhas e pragas das gramas. A partir deste momento, os cartazes mudaram, oferendo estes serviços. Choveram então, pedidos para estas tarefas que, filho e pai desempenharam com maestria e satisfação moderada. Até que um dia o pai, exausto e todo suado, pois todo mundo sabe que nos Estados Unidos o calor é insuportável, resolveu nadar na piscina dos McDonalds, pelado. Foi quando Ann chegou e começou com uns faques que só eles entendem: faque iu, son ov a bitxe, saque mai és, etc. Contando a história à sua querida esposa, recebeu como resposta uma pergunta óbvia, que será o final deste relato: "Pô... por que você não nadou de pijama?"