28 setembro 2006

Semana dedicada a comentários

Poucas palavras nesta semana, pois dediquei-me apenas a comentários e explicações. Algumas corretas, outras não. Se errei, foi sem querer. Se acertei, foi sem querer. Minha preocupação máxima é com as eleições. Não sei como o dono do Caos e Ordem e sua dileta esposa farão para justificar o voto em Austin. Isso me deixa sem um norte verdadeiro e mesmo sem o norte magnético. São tantos os candidatos bons, ilustres, éticos e honestos, que é uma pena que eles não cá estejam para exercer o prazer de votar num pleito tão estimulante.



Esta foto representa o que eu gostaria de dar a todo político brasileiro, sem exceção!

25 setembro 2006

Refulgir!

Desde os tempos da FEI, a faculdade de engenharia que cursei, costumava escrever um monte de besteiras em um caderninho que guardei atá a bem pouco tempo e que estou procurando há mais de seis meses e não acho. Desde essa época meus textos se chamavam refulgir: Refulgir I, Refulgir II, etc.. até o Refulgir V. Por que se chamava refulgir, não sei. O que eu sei é que estou indignado com minha dificuldade de empregar as diversas variações do por que. Então, resolvi, neste texto, por um fim nisso,
Consultando alguns livros de gramática, posso dizer o seguinte:

Primeira explicação: Usa-se o por que, separado, nas perguntas: Por que devemos tomar banho aos sábados? Por que ela tingiu o cabelo?

Segunda aplicação: O porque junto, em uma palavra só, aparece nas respostas, que em geral apresentam uma explicação: Ele chegou tarde porque o trânsito estava congestionado. O jogo foi adiado porque o outro time não veio.

Dificuldades: Existe um por que separado mesmo quando não se faz uma pergunta. Ele é usado desde que esteja clara ou subtendida a palavra motivo(causa, razão). Não sei por que ele cospe na parede. (Não sei por que motivo ele cospe na parede).

Este é mais fácil: Ele é um substantivo, o porquê. Não sei o porquê de você usar biquini num funeral. O Lula não quis explicar os porquês de ter tantos amigos idiotas.

Fim de frase: Estava triste sem saber por quê. O chefe o despediu e ele perguntou por quê. Ninguém ligava pra ele. Por quê?

Agora piorou: O porque junto pode estar nas perguntas. É quando você pergunta e sugere a resposta ao mesmo tempo: Ele chegou cansado porque estava comendo na vizinha? Você não chupa cana porque tem dentadura?

Que dureza!: Pode substituir também o pelo qual e para que: Era o apelido por que o conheciam. Estavam ansiosos por que seu chefe saísse de férias.

Adoro a língua portuguesa! Que riqueza, que beleza.

23 setembro 2006

Nenhum blog é uma ilha

Fato consumado. Se seu blog não tem leitores, um que seja, ele deixa de existir. O que mais anima a gente a escrever é saber que algum amigo ou irmão o está lendo (É pra isso que servem os amigos). O Caos e Ordem está se preparando para o retorno e diz que não tem tempo para se concentrar no seu blog. E, além disso, deixa de comentar os blogs amigos. Tem lá sua razão. Numa dessas reuniões imbecis do pessoal do RH da União dos Refinadores, o treinador da turma dizia que não é todo o mundo que consegue andar e assobiar ao mesmo tempo. Uma vez um desses caras levou um tombo a abrir a porta dos escritório de engenharia da Cutrale. A porta tinha mola e ao fugir da folha tropeçou e caiu. A sorte é que não estva assobiando. Mas, o pior de tudo é que, se seus amigos somem e não lêem seu blog você fica mudo. Está acontecendo isso comigo. A sorte é que apareceu a prima Nice que me dá uma força e a Irmãcaçula que, infelizmente, se ausentará neste fim de semana, pois veio à Limeira visitar a mamãe. Tirante o Caos e Ordem, a falta mais sentida é do Timtimdez que sumiu há algum tempo e está demorando para dar as caras again. Porisso é que eu estou assim meio desenxavido e desassuntado. Até Mesmeu, o filósofo triste, tentou me animar dizendo: "Mas tudo passa, tudo passará. Lembre-se que Himeneu, ao descobrir o Monte Athos, percebeu que faltavam ali os monges, até os hecumenos. Que fez, então? Facilitou a vinda dos monges, reduzindo os impostos e criando uma linha férrea e rodovias diversas para atrair os monges. Deu subsídios para a construção de mosteiros e incentivou a indústria de relíquias, tirando os impostos de cruzes, santos, tecidos do manto sagrado e amêndoas. O único problema foi com os fabricantes de azeitonas em potes de vidro, que continuaram a colocar conservantes." Não sei de onde vem tanto conhecimento e ciência de Mesmeu, o filósofo triste.



Lucy, saindo da casa de seus pais numa das visitas à Lapa-SP.

19 setembro 2006

Eleições 2006

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

Desde que Jurandir ficou careca começou a desconfiar do ser humano e de seu criador. Piorou quando viu o trecho do famoso discurso de Ruy Barbosa no Senado da República, em 12 de agosto de 1902, ficando muito confuso. Já era 2006. Maldita a hora em que ele leu num blog que sua filha deixou aberto no micro a frase do Ruy. Tinha a mania de dar nomes aos bois: Ao ver nulidades, pensou: "Só podem ser o Zezé de Camargo e Luciano, Ronaldinho Gaúcho e Faustão. Chegando à Desonra, pensou no próspero açougueiro da esquina que vendia coxão duro como se fosse picanha. Quando leu Injustiça, pensou na cabeleira do Álvaro, que com 60 anos ainda usava rabo de cavalo. Ao se agigantarem os poderes nas mão dos maus só pode se lembrar dos donos daquelas maquininhas eletrônicas de jogo que faziam uma concorrência desleal com as loterias da caixa. Porém, não gostou do fim da frase. Pois, um homem que tem uma formação como a sua, ciente de suas verdades, jamais desanimaria da virtude e nunca riria da sua honra e teria vergonha de ser honesto. Como diria Mesmeu, o filósofo triste: "Fala sério!"

18 setembro 2006

Hans Christian Andersen

Nasceu no dia 2 de abril de 1805, no mesmo dia em que eu nasci, 140 anos antes. Assisti a um filme muito interessante sobre sua infância em um colégio na Dinamarca, onde existia um terrível professor que tudo fazia para o prejudicar. Gostava de escrever poesias, mas seu professor as achava uma droga, muito piegas e de rimas fáceis, castigando-o então por isso. Como ele era protegido de uma pessoa muito influente em seu reduto, seu tutor, o professor não podia castigá-lo. Como o Andersen tinha um grande amigo, órfão, chamado Chuck, toda a vez que Andersen saia da linha o professor castigava Chuck: chicotadas, trabalhos escravos ao tempo(inverno), etc. Porém, Andersen adorava escrever poesias e o professor detestava as mesmas e, cada vez que descobria uma nova poesia nos cadernos de Andersen, o Chuck apanhava mais e o poeta ficava desesperado, pois amava o Chuck, que acabou morrendo de tanta porrada. O desafio foi lançado pelo professor: Se algum dia ele escrevesse uma poesia que fizesse o professor chorar, ele poderia continuar escrevendo. O filme mostra o professor quase chorando e negando o choro. Pelo jeito, Hans Christian Andersen não era mesmo um poeta bom, pois mudou para a criação de histórias infantis, tornando-se o maior escritor de todos os tempos neste gênero. Dia 2 de abril é comemorado o "Dia Internacional do Conto Infantil", pois esse gênio escreveu mais de 156 historinhas infantis, entre as quais: O Patinho Feio, Branca de Neve, João e Maria, A Harpa Mágica, Simbad, o Marujo, Peter Pan, e um monte mais.

Afinal, fiquei muito contente de ver que no dia de meu aniversário se comemora uma data tão importante.

15 setembro 2006

Carta ao Grego - Segunda parte

Cheguei quase ao fim do primeiro quarto do livro "Carta a Greco". Estou deprimido. Estou achando agora, neste momento, que é uma merda não ser grego. Afinal, o início da civilização estava lá. Quando o autor Nikos não sei das quantas descreve os lugares, os odores, as árvores, as paisagens, as igrejas e os monumentos vou ao chão e choro de humilhação. Não sou grego! Porém, não tenho a coragem de dizer isso a ninguém, mesmo por que ninguém ainda me perguntou: "Você não é grego?!" E eu teria de responder: "Não!" Helena, Apolo, Artemisa, Afrodite, Ares, Esparta, Tróia e Mistra não fazem parte do dia-a-dia de um descendente de índio e português. Meu dia-a-dia se resume a Bush, Iraque, Bill Gates, Lula, Evo Morales e Chiclete com Banana. mas, embora eu viva em outro universo, é duro não ser grego! E, o pior de tudo não saber ler, escrever e nem falar grego. Como ler Sófocles no original? Como interpretar as églogas de Homero? Nesta hora devo prestar toda a minha homenagem a Jackeline. "Se você não é grega, case com um." Frase célebre de Onassis, que acabou por selar seu casamento. Acho que ela deve ter lido "Carta a Creco".

13 setembro 2006

Lucy cumpleaños

Há exatamente 56 anos nascia na Lapa a Lucy, minha mulher. Como já disse antes, esposa é a dos outros. Para festejar data tão única decidimos fazer uma festinha no próximo sábado e em virtude da quantidade enorme de convidados, fomos obrigados a alugar 3 clubes da cidade. Para evitar constrangimentos sócio-econômicos, dividimos os convidados em quatro classes: Os pobres, os remediados, os classe média e os abastados. No Clube Grã São João decidimos colocar os pobres, em função de ser um clube mais modesto e ter um salão bem grande. Os remediados, juntamente com a classe média, serão colocados no Nosso Clube. Os remediados curtirão a festa no ginásio de esportes e os classe média no salão social. Os abastados irão ao Limeira Clube, cujo salão social é bem menor que o dos outros clubes. Fomos obrigados a contratar 4 buffes. Para os pobres, o Bar do Juca, de Limeira, com um cardápio bem variado, que ia desde o cachorro-quente à canja de galinha. Para os convidados remediados do Nosso Clube, convidamos o Benvindo, de Piracicaba, que preparará 300 marmitex de virado à paulista. Para a classe média do Nosso Clube contratamos o Buffet Nazaré, muito bom: antepasto de salgadinhos(até bolinhos com catupiry), batidas variadas, uma massa, acho que rondelli, e um contra-filé com molho madeira e arroz. Para os abastados do Limeira Clube tivemos que ir a Campinas para contratar o Buffet Fleur de Liz,pois, gente fina é outra coisa. Terá até lagosta empanada.
Quando estava tudo programado, a Lucy disse: "Pô, eu acho que tem alguma coisa errada. Tem filha pobre e mãe rica e filho rico e pai pobre. Como é que nós vamos fazer se a família quiser se encontrar durante o aniversário?" Foi então que resolvemos contratar a Localiza, com uma frota de 12 Vans, para fazer a conexão entre os salões. No momento estamos decidindo a parte musical: Tentamos o Zezé de Camargo e Luciano para os pobres, a banda Calypso para os remediados, a filha da Elis Regina para a classe média e o Pink Floyd para os abastados.

Acho que vai dar tudo certo.



Esta foto é do meu aniversário de 60 anos. A careca foi apenas um reflexo do flash no meu topete.

12 setembro 2006

O carteiro e a apaixonada

Como cultor do cancioneiro popular brasileiro, obviamente, chutando para fora deste seleto grupo de compositores e cantores os Chitões, Zezés, Xororós, Lucianos, etc., até hoje estou intrigado com o que estava escrito na carta. Partindo do princípio que "Quando o carteiro chegou e meu nome gritou com uma carta na mão", dá para perceber que o Carlão, o carteiro tava sabendo das desditas da Isaurinha. Em seguida ela diz: "Ante surpresa tão rude, nem sei como pude chegar ao portão." Observando bem estes dois versos da música chegamos à brilhante conclusão que a heroína apaixonada não morava num apê. Sabemos também que ela sabia ler pois, continuou: "Lendo o envelope bonito, no seu sobrescrito eu reconheci a mesma caligrafia que me disse um dia estou farto de ti!" Nesta hora a enamorada queria dizer remetente(Na época ainda não havia o CEP). Mas, tudo bem, coisas de apaixonados. "Porém não tive coragem de abrir a mensagem" Nesta hora, chutou o balde, pois o Nicanor mandou uma carta e ela a classificou como uma simples mensagem, como essas de e-mail. "Porque na incerteza eu meditava e dizia será de alegria ou será de tristeza" A mocinha não consegue encarar a verdade de frente! Continua: Filosofa: "Quanta verdade tristonha a mentira risonha uma carta nos traz". Tem horas em que a filosofia funciona ao contrário. E terminou assim: "E assim pensando rasguei tua carta e queimei para não sofrer mais."
Até hoje, 50 anos depois de ouvir essa música pela primeira vez, tenho curiosidade de saber o que havia na carta.
Há várias possibilidades:
1. Um papagaio do Comind, já vencido, pela compra da enceradeira.
2. Uma conta com todas as despesas gastas pelo Nicanor durante o namoro.
3. Um pedido autoritário para ela devolver sua vitrola portátil e o disco do Carlos Galhardo.
4. Uma intimação do juizado de menores, em que constava a guarda do filho, ainda em gestação.
5. Uma poesia mostrando todo o seu arrependimento e pedindo para ela voltar, inclusive dizendo que pagaria o papagaio do Comind.
6. Um pedido para ela ficar de olho nesse carteiro sem vergonha.
7. Uma foto, onde aparecem abraçados Nicanor e seu novo namorado, o Rubinho.

Peço aos amigos que me ajudem. Por certo, hão de haver outras possibilidades.

Compositores: Cícero Nunes e Aldo Cabral



Acima a Irmãcaçula, Cecília e um pedaço de sua família: Gil e Priscila.

08 setembro 2006

Confissões de um envelhescente

Eu, pecador me confesso ante os poucos leitores deste blog que falhei. O texto sobre Nova York recebeu as piores críticas. Às vezes sinto-me compungido a parar de escrever bobagens. Porém, sei que todas as bobagens escritas ficarão para a posteridade. Richard disse: "Escreva o que quiser, pois, se não escrever, não ficará escrito. E tudo aquilo que for dito ou escrito, jamais se apagará." É por esse motivo que não apago aquelas bobagens, pois sei que, na cabeça de cada um de vocês, meus críticos, aquelas palavras estarão gravadas para todo o sempre, amém. Nesta hora é comum lembrarmos de Ptolomeu, o inventor da ciência celeste, que considerava a Terra o centro do Universo. Uma de suas melhores frases foi a seguinte: "Se seu condomínio é na Terra, por que se importar com Plutão?" Poucos entenderam sua assertiva, mas, alguns séculos depois os cientistas da Assembleia-geral da União Astronômica Internacional (IAU) rebaixaram Plutão à categoria de planeta anão. Longe de mim qualquer espécie de preconceito, mas se planeta já é uma merda, que se dirá de um planeta anão? Por estes motivos celestes e astronômicos é que acho que meu artigo sobre Nova York não deverá ser abolido do blog. Quantas noites em claro passei decorando o nome dos nove planetas... Quem se responsabilizará pelas minhas horas de sono perdidas? Isso não é nada me disse o Jucelino, grande astrólogo e visonário: "Como é que vou explicar à madame Alckmin que seu signo tinha como ascendente Plutão, um planeta anão?" E assim, verificamos que nossas vidas vão ficando cada vez mais complicadas, nossas crenças vão se desvanecendo e nossos planetas vão se definhando.

Acho que consegui: O blog de Nova York não foi o pior!

05 setembro 2006

Mais poesia

ARPEJOS E ACORDES



Imagina que eu sou tua guitarra
De que tiras acordes proibidos
De meus cabelos multicoloridos
Que te atraem e que tu agarras

Imagina que eu sou o derradeiro
Violino Stradivarius, teu inteiro,
Que se abre a teu arco masculino
E te devolve os sons mais celestiais

Imagina que eu sou o teu piano
Que minhas teclas tu acaricias
E eu te dou meu hino mais profano
E meus arpejos sexuais

Imagina que sou a tua flauta
E que tua boca é tão incandescente
Que nossa sinfonia é espaçonave
Que viaja e explode interminavelmente...



Nice Barth
S. Paulo, 31 de Julho de 2005

04 setembro 2006

New York, New York

Um dos sonhos que não se realizarão na minha vida é conhecer Nova York. Se eu pudesse, preferia conhecê-la na época do Natal. Pelo menos nos filmes, é uma beleza só. Os enfeites, a neve, as árvores de natal, aquele frio de matar! Gostaria de ir como uma pessoa qualquer, jamais como turista. Pegaria então um táxi e iria ao quarteirão mais famoso da cidade, o Times Square. Depois iria ao Rockfeller Center, no coração de Manhattan, para patinar no gelo. (Neste meu sonho, acho que patinar no gelo é mais difícil que conseguir ir à Nova York). Depois iria até o último andar do Empire State Building para ver a vista da cidade. Não custaria dar uma passadinha para ver o que sobrou do World Trade Center. E, de noite iria procurar um barzinho que tivesse um tremendo conjunto de jazz tocando tudo o que eu gosto. Porém, fica para a próxima encarnação. A dúvida que tenho é se a próxima encarnação será no futuro ou no passado. Se for no passado, tudo bem, dá para curtir. Mas, se for no futuro, acho que Nova York já não existirá. Preciso perguntar aos espíritas se é possível ter uma nova encarnação no presente. Se for assim, prefiro esta.

Tudo o que foi colocado acima é por que pensei assim: "Puxa, como é que o Zecão passou 9 meses nos Estados Unidos e não foi à Nova York?" Fica a apenas 2.800 km, e segundo o Yahoo, é uma viagenzinha de 27 horas. Fica bem mais perto que de Limeira: 10.000km.
Falando sério, acho que o Zecão não quer nem saber de Nova York. O negócio dele é Las Vegas, que fica bem pertinho, a 280km e com a vantagem que dá para ganhar um dinheirinho extra.

O PERNILONGO

A poesia é realmente da Nice. Creio que os adjetivos masculinos foram por causa das rimas. Infelizmente o Mesmeu não chegou ainda a esse nível de criação e escrituração.


01 setembro 2006

Hoje é dia de poesia

PERNILONGO DECIDIDO


Pernilongo decidido
Faz um vôo bem comprido
Lá de cima, em linha reta!
Minha face era sua meta...
E desceu como uma seta
Ou mesmo uma punhalada!
Já era de madrugada,
Pensou que a “meta” dormia...
Mas ao Jô eu assistia
E tentei, numa tacada,
Apanhá-lo com a mão
Mas tudo em vão,
O bichinho
Com brevê de aviação
Entoa um canto fininho
E some na escuridão.
Novamente concentrado
No programa preferido
Escuto um FIUNNN ardido
Da criatura pentelha
A rondar a minha orelha!
Mas me mexo e fico alerta
Sacudo e puxo a coberta,
Abano o ar, me defendo,
E o talzinho, não podendo
Mais pousar, fica irritado,
Alteia um FIUNNN irado
Em volta do meu ouvido,
Fica mais que decidido
E vem de novo atacar!
Mas o FIUNNN poderoso,
Que penetra como um pino
Num ponto meu perigoso,
Transforma-me em assassino:
Desse infame quero a morte!
E pra já quero seu fim!!!
Levanto em fúria e procuro
Um meio de trucidá-lo:
Mas esse inútil tem sorte,
E não consigo apanhá-lo!...
Já é fim de madrugada,
Não pude dormir, nem nada,
Por causa da ousadia
Desse “Sem Sangue” atrevido
Que não conhece o perigo
De uma guerra aqui comigo!
E de novo o persigo,
Louco pra executá-lo
De novo tento pegá-lo
Mas, de novo, não consigo!
Ele some!!! Até parece
Que esse monstro me conhece!
E sabe que tenho um sono
Enorme e que vou dormir...
Paciente, então, ele espera
Que adormeça a “minha fera”...
Sai de onde estava, quietinho,
Tranqüilo, devagarzinho,
Mira uma veia pulsante,
Esse pernilongo errante,
Pousa... leve... em minha testa...
Nada da dança funesta,
Nem do irritante FIUNNN...
Não o sinto, não tem peso,
Sou totalmente indefeso...
E ele faz sua refeição!...
E esse sangue que era meu
Ele suga até fartar!...
Mas acordo enfurecido
Pelo sono interrompido
E o Pernilongo decidido,

Estou decidido a matar!!!



Aguarde:


Pernilongo Decidido,

O RETORNO



Nice Barth
S. Paulo, Maio de 2005