30 abril 2006

Todo o mundo tem e-mail?

Pedrinho era um menino muito esperto e profundamente ligado na informática, principalmente na Internet. Seus pais eram católicos, extremamente carolas, pois sempre assistiam à missa aos domingos e participavam com muita alegria e devoção de reuniões para leitura da Bíblia e outros babados mais na paróquia do bairro. Acreditavam até no Adão e Eva. E queriam sempre que seu filho os acompanhasse, o que realmente aconteceu até uns 8 anos de idade. Até que, num domingo, antes da missa, Pedrinho disse que não queria mais ir à igreja por que não entendia nada do que aqueles padres e ajudantes de padre falavam e que, a partir daquele dia, para não deixar seus pais muito desgostosos, iria entrar todo o domingo no MSN, quando então poderia bater um papo pessoalmente com Deus. Se ele não estivesse on line, falaria com Jesus, ou quem sabe, com a Virgem Maria. Foi aí que seu pai disse que eles provavelmente não tinham conta no MSN e, mesmo que tivessem, não seriam capazes de falar com tanta gente ao mesmo tempo. Como, não tem MSN, todo o mundo tem, até a Maria. A Maria não tem conta, disse sua mãe, Mas a irmã dela tem, outro dia falei com ela, lembra, Lembro, mas a Maria não é Deus, é só uma empregada e já disse que Deus não tem MSN, Então vou mandar um e-mail para ele, Qual será o endereço, Deus não tem e-mail, e você precisa parar de falar besteira, Pelo menos uma página na Internet ele deve ter, não, NÃO TEM! Se pelo menos ele fosse domingo a uma Lan House... Chega de besteira e se arrume que tá na hora da missa! Puxa! Como é que vocês me falam que ele é todo poderoso, senhor dos céus e da terra, presente em todos os lugares ao mesmo tempo e não tem Internet. Já sei, acho que ele ainda não comprou um computador...

28 abril 2006

Use filtro solar

Recebi um e-mail com um clip muito bom de um publicitário contendo conselhos em geral para viver bem. O título do e-mail é: "Use filtro solar." Quem quiser assistir ao vídeo é só pedir, ao comentar este post que eu enviarei o e-mail. Já assiti pela Internet mas a reprodução não ficou muito boa. Sobre este assunto, tenho os seguintes comentários: Fui a uma consulta com uma dermatologista e após exame detalhado ela me passou algumas fórmulas mágicas para tirar as manchas de pele de um senhor de 59 anos. Além disso me passou a receita de um filtro solar que eu deveria usar diariamente. É sabido que o sol é o maior causador de cancer de pele. Voltando às receitas, vi que cada potinho (manipulado, é lógico) tinha 30 mg de poção. Como pretendia, na ocasião viver até os 96 anos, logicamente que nos últimos seis recolhido a uma cama forrada com plástico, fiz umas contas e cheguei à conclusão que deveria comprar 744 potinhos para as manchas e 744 potinhos para o sol. Deveria comprar uns 45 kg das poções. Supondo que cada poção custasse a bagatela de R$15,00 deveria despender R$22.320,00 até os meus 90 anos. Uma mixaria. Pensando um pouco mais, verifiquei que gastaria 10 minutos por dia para passar os cremes. Sem contar o tempo gasto com as idas à farmácia para renovar as doses, percebi que perderia 2 anos e 7 meses aplicando os produtos. Após estas contas malucas, acho que se eu viver até os 93 anos, sem as poções mágicas, está de bom tamanho.

O Jardineiro Infiel

Na minha província vivia um funcionário lúdico aposentado que, nas poucas horas vagas, gostava de escrever. Após várias tentativas infrutíferas (sem frutas) de escrever sobre assuntos triviais, como, "Ser feliz, qualquer um consegue", "Como tornar um casamento eterno", "A abundância de água no sertão nordestino", desistiu de tudo e foi nadar.

É preciso aqui abrir um parênteses (. Depois é preciso fechá-lo ). Pronto.

Nadava nu e como era de se esperar, em sua piscina particular cercada de muros por todos os lados. Quando um vizinho construiu uma casa ao lado da sua, verificou tim-tim por tim-tim se haveria a possibilidade de a vizinha observar seu corpo nu e, portanto, se apaixonar por ele. Para sua felicidade percebeu que a vizinha jamais poderia ver suas vergonhas e que poderia continuar nadando nu. Embora intimamente percebesse que seu nado continuava livre de interferências, por algum motivo que desconheço, passou a nadar de pijama. Foi então que sua amada esposa disse: "Pô, todo dia tenho que lavar essa p... de pijama." Isto foi um choque violento em sua vida, pois tudo fazia para não atrapalhar as leituras eróticas de sua esposa. Tomou uma eróica decisão. Eróica é sem "h" mesmo, pois a decisão não foi muito heróica. Resolveu pegar sua esposa e ir para os Estados Unidos, visitar seu filho, netos e nora (Uma concessão deste escritor). O motivo da viagem foi único: Na casa do filho não havia piscina (lá eles chamam de pool) e, desta maneira, não seria necessário lavar um pijama por dia, nem levar um monte de pijamas na bagagem

Porém, percebendo a inutilidade de sua vida aristocrática, resolveu ajudar seu filho num serviço, a princípio, taxado como jardinagem. Ou seja, encheriam o saco de todos os vizinhos de tal forma a levá-los a aceitar seus serviços especializados de remodelação de jardins. Não é preciso dizer, porém, acho que é preciso dizer: Os primeiros cartazes digitados no Mequintosch e xerocados em milhares de cópias deram como retorno apenas um pedido, justamente do casal da esquerda, John and Ann McDonald. Porém, o serviço pedido pelo casal nada tinha a ver com remodelação de jardins, mas sim tirar folhas das calhas e pragas das gramas. A partir deste momento, os cartazes mudaram, oferendo estes serviços. Choveram então, pedidos para estas tarefas que, filho e pai desempenharam com maestria e satisfação moderada. Até que um dia o pai, exausto e todo suado, pois todo mundo sabe que nos Estados Unidos o calor é insuportável, resolveu nadar na piscina dos McDonalds, pelado. Foi quando Ann chegou e começou com uns faques que só eles entendem: faque iu, son ov a bitxe, saque mai és, etc. Contando a história à sua querida esposa, recebeu como resposta uma pergunta óbvia, que será o final deste relato: "Pô... por que você não nadou de pijama?"

27 abril 2006

Que país é este?

New York Times

Assino uma mala direta de e-mail do NYT há mais de 2 anos. Escolhi o assunto "Notícias Internacionais". Recebo todo dia um e-mail do jornal contendo as notícias internacionais. Só se fala de Iraque, Irã, Al Quaeda, China, Paquistão, Arábia Saudita, Cazaquistão etc. Acho que o Brasil não existe.

CYMTCC

CYMTCC é um software específico para estudos de sistemas de proteção contra curto-circuitos e seletividade em sistemas de potência. Traça curvas e gráficos de acordo com os dispositivos de proteção escolhidos pelo engenheiro. Esta área também faz parte de minha especialidade de engenharia. O empresa fabricante do software é do Canadá. Ao verificar sua rede de distribuição no mundo, presente em mais de 100 países, vi que nela não consta o Brasil. Nem com z. Há distribuidores em: Costa Rica, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai, Venezuela e Vietnam, entre outros. Acho que o Brasil não existe.

Jean Charles

Jean Charles era um brasileiro que morava em Londres, como clandestino. Daí, foi confundido com um terrorista e morto pela polícia britânica no metrô. Seu corpo chegou ao Brasil, para ser enterrado em uma cidadezinha de Minas Gerais, sendo conduzido ao cemitério em um carro do corpo de bombeiros e tendo seu caixão coberto com a bandeira brasileira e com toda a população da cidade acompanhando o enterro, como se fosse o Tancredo Neves. Acho que o Brasil não existe.

26 abril 2006

D. Esther

É o nome de minha mãe. Escrever sobre mãe é muito fácil, para quem já teve uma ou tem uma. A minha, por exemplo, vai fazer no dia 20 de março de 2006, 92 anos. Quando tinha 90, ganhou de aniversário de minha irmã uma cachorrinha poodle, daquelas mini. Ficou apaixonada e desde então só vive para ela. Todo o aborrecimento da velhice parece ter acabado com a convivência com a cadelinha. E parece que sua expectativa de vida(da minha mãe, não da Sissi) aumentou mais uns 20 anos. Ou seja ela pretende ir até os 110. Foi isso o que ela disse, em palavras textuais aos 91 anos: "Quando a Sissi morrer, não quero saber de outra cachorra. É muito trabalho e estou ficando cansada disso." Vai ser otimista assim lá longe!

Agora o reverso da medalha:

Há uns 15 anos, estava eu com uns 45, e resolvi plantar 2 árvores na calçada em frente à minha casa. Não estava numa fase boa, estava meio desempregado, ou mal empregado, baixo astral e tudo o mais. Quando as plantei, pensei cá comigo: "É uma pena que eu não vá ver essas árvores adultas, pois acho que não vou longe." Era a depressão, causada pela falta total de uma perspectiva de sair da crise e voltar a ser um ser normal. Afinal, eu já era um velho de 45 anos acabado para a vida profissional, como acontece atualmente para milhares de brasileiros, excluídos os políticos. Logo após apareceu uma oportunidade de emprego e consegui sobreviver e ver as árvores adultas, enormes e interessadíssimas nos cabos da rede elétrica.

Moral da história: Caso você esteja deprimido, sem vontade de viver e cansado de não fazer nada na vida, compre uma cachorrinha. Jamais plante uma árvore!

25 abril 2006

Amigo de ônibus

Eu o conheci no meu trajeto diário para Piracicaba. Havia naquele ônibus um senhor que sempre estava munido de uma pasta, da qual extraía sempre um livro, um calhamaço de papel impresso ou talvez uma revista, que passava a ler. Por coincidência, eu também tinha esse estranho costume de ler e aproveitava os minutos dessa viagem diária para ler. Calhou que um dia sentamos lado a lado e conversa vai, conversa vem ficamos sabendo mais ou menos quem era quem. As viagens continuaram e a camaradagem foi aumentando. Daí a passar a conhecer sua mulher foi só eu ir à sua escola de leitura dinâmica e memorização, e pronto. Então, para que ele também conhecesse a minha, convidei-o uma tarde de sábado a visitar minha casa. Antes disso, avisei minha mulher que ele era vegetariano e que estava na Seicho-no-Ie e que tinha uns regimes alimentares meio diferenciados. Com muito cuidado ela preparou um chá com torradas integrais, margarina, geléia de abacaxi diet e mel para passar nas torradas ou adoçar o chá. Não tivemos coragem de colocar o açucareiro na mesa. Infelizmente nesse dia, sua esposa não pode acompanhá-lo e ficamos, minha mulher, eu e ele tomando chá com mel, etc. Nessa ocasião, por acaso, tínhamos alguns doces, pois havia acabado de chegar de uma viagem a Minas e tinha trazido doce de leite, goiaba em caldas e havia sobrado um manjar branco do almoço. Foi quando minha mulher perguntou, Você quer um docinho, Aceito, Tem goiaba em caldas, manjar branco, doce de leite cremoso e requeijão, qual você quer, Olha, eu vou experimentar os três e mandou ver.

Quando ele foi embora minha mulher me disse, Isso é que é regime, hein? Pois é...

A partir de então, nossa convivência aumentou e com muito custo, trabalho e investimento inicial em mel e pão integral, consegui outro amigo. Não digo grande amigo pois amigo não tem qualificativo. Ou é amigo ou não. Bem, este é um outro tema para um próximo estudo psicológico interático.

24 abril 2006

TRÓIA

Tíndaro, o pai de Helena, concordou com a escolha da filha de se casar com Menelau, rei de Esparta. Porém, fez com que todo o povo da Grécia, bem como todos os antigos pretendentes jurassem lutar contra quem quer que fosse se sua filha fosse raptada. Um dia então, Páris, filho de Príamo, rei de Tróia, em visita a Menelau, não aguentou a beleza de Helena e a levou para Tróia. Menelau, ao ver que tinha sido transformado em corno por Páris, ficou doidão. Então seu irmão Agamenon, Rei de Micenas, aproveitou a situação e declarou guerra à Tróia. Tudo por causa de Helena. Vieram guerreiros de todo o mundo e todos os heróis da época foram convocados, inclusive Ulisses. Porém, como os oráculos diziam que se ele fosse à Tróia de lá não voltaria antes de 20 anos,Ulisses deu uma de joão-sem-braço e tentou agir como louco, mas não teve jeito, teve que ir quando descobriram sua farsa. Nesta guerra morreu também Aquiles, com uma flechada no calcanhar. Antes, havia matado Heitor, irmão de Páris e o maior guerreiro de Tróia.

Tudo o que está escrito aí acima é para dizer que estou muito deprimido e desapontado após assistir ao filme, pois, sempre, em toda a minha vida, desde a primeira vez que soube da história, torci pelo cavalo de Tróia. Achava que era um belo ardil. Porém, agora descobri que foi pura sacanagem. Na verdade, agora sou fã de Tróia e do seu rei, Príamo. Os troianos deram um baile nos gregos e a guerra estava praticamente vencida por Tróia, até que Odisseu(personagem e guerreiro mais sagaz da Odisséia) teve a idéia do Cavalo de Tróia, o que levou os gregos à vitória.

22 abril 2006

"Todos os nomes"

"Todos os nomes" é o título de um livro do Saramago. Creio que meu único leitor não vá me dedurar ao escritor por eu ter usado este nome para as minhas besteiras de hoje. É o seguinte: Meu avô paterno se chamava Arlindo e minha avó, Maria das Dores. Tiveram, vários filhos: Eurico, Vital (meu pai), Maria Aparecida (Tia Mariazinha), Aracy e Flávio. Não consigo entender a variedade de estilos encontrada nesses nomes: Eurico, Vital, Flávio e Aracy eram nomes usáveis, e portanto, os nomes que eles levaram por toda a vida. Porém, nessa irmandade havia uma Maria Aparecida, um nome impronunciável, tanto que virou Mariazinha. No lado de mamãe, a conversa foi a mesma: Milhares de filhos: Edna, Esther, José, Leônidas, Isabel (Tia Belinha), Maria Isabel (Tia Pequitita) e Maria José (Tia Santa). Meus avôs: João e Juventina( Vovó Tina). Por incrível que pareça, o Tio José ficou com esse nome até hoje. Nunca foi chamado de Tio Zé. No entanto as Isabéis e Maria José, passaram a vida toda com apelidos, inclusive minha avó Juventina, a Vovó Tina. Baseado neste princípio ecológico dei a meus filhos nomes simples e diretos: O primeiro filho, Flávio. O segundo, Márcio.
Porém, podem chamá-los de Frávio e Marcião. Não sei se é do conhecimento do mundo, mas vivemos em Limeira-SP.


A foto acima é da esposa de meu primeiro e único leitor. Seu nome: Zélia, grande amiga e, sem dúvida, p da vida comigo, por tê-la exposto ao mundo internético

Competência Emocional - Suzy Fleury

Tive a felicidade de assistir à palestra sobre "Competência Emocional", apresentada pela psicóloga Suzy Fleury. Este fato aconteceu em 25/03/2006, sexta-feira. Saí maravilhado da apresentação. Não pela palestra em si, mas, principalmente pela minha atitude, extremamente adulta e equilibrada, pois não quebrei nenhuma cadeira nem joguei pedras na apresentadora. Talvez eu estivesse em um dos meus dias especiais em que perdoo todas as besteiras proferidas por quem quer que seja e continuo zen. Passei mais ou menos duas horas ouvindo coisas óbvias e vendo casos alegres e tristes apresentados nos clipes. É uma técnica usada frequentemente por esses palestrantes de auto-ajuda. Deixam você extremamente alegre com uma risada de um bebê e depois te massacram com um paraplégico pintando um quadro com a boca. Há nestas apresentações pessoas que chegam às lágrimas e se cansam de aplaudir o apresentador. No caso específico desta senhora, muito produzida e malhada, por sinal, pois não é tão mocinha assim e tem um corpo muito bom, cheguei às lágrimas de ódio quando tive que ouvir um clip com o Chitãozinho e Xororó, de fundo para um monte de deficientes numa olimpíada para paraplégicos. Aquilo me doeu muito. Não os paraplégicos, os quais muito admiro, especialmente por continuarem a viver, mas sim por causa daquela música horrorosa cantada pela mais horrorosa dupla caipira do Brasil, depois de Zezé de Camargo e Luciano. Depois apareceu um maneta que conseguiu tirar carteira de motorista, após muito sacrifício. No clip este rapaz falou milhares de vezes que é preciso ter perseverança, entusiasmo, vontade, amor, suor etc. para vencer na vida. Foi um clip de mais ou menos 10 minutos, extremamente repetitivo e vazio. Depois, falando sobre a disposição de cada um para o trabalho diário, disse que era preciso dormir muito bem, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso e ter um ótimo preparo físico. Coisas surpreendentes, jamais pensadas por ninguém. Para ilustrar esse fato, mostra uma foto do Ronaldinho Gaúcho, dizendo que ele treina todo o dia para manter sua forma física (Pudera!). e mostra clipes de Ayrton Senna e suas frases de efeito, do tipo: Quando chego ao limite que estipulo, sei sempre que é possível ultrapassar esse limite, etc. E depois pede aplausos para o Ayrton Senna. Que maravilha! Para finalizar, tenho certeza que essa senhor nunca trabalhou em qualquer empresa e sempre foi palestrante, se não, não teria coragem de falar tantas besteiras a pessoas com cérebro como eu, que estavam na platéia esperando algo inteligente e fora do óbvio. Nota zero para essa palestra, nota zero para Suzy Fleury, que deveria continuar no seu universo futebolístico, dando palestras para jogadores de futebol e não para empresários, pois jogadores e técnicos de futebol têm o QI ideal para absorver suas "grandes idéias e conselhos".


Igreja Matriz - Limeira-SP

18 abril 2006

Miguel

Miguel foi um amigo de trabalho e com quem convivi alguns anos em uma firma de engenharia. Logo no início de nossa amizade, pouco conhecia o Miguel, almoçávamos juntos e comentei um fato, para mim estranho, que corria pela empresa. Nosso chefe, um cinquentão, transava com a secretária, a Wally. Que nome estranho, não? Pois bem, conversando com o Miguel, disse: "Não sei como é que pode uma coisa dessas. O Loretto já tem a mulher dele e ainda dá conta da secretária? Eu quase não estou conseguindo dar conta da minha!" Miguel retrucou: "Quanto tempo faz que você é casado?" "Mais ou menos dois meses." "Daqui a uns dez anos você vai entender como é que ele consegue." E começamos em seguida a falar do seu Fusquinha novo, que ele não tinha comprado ainda, mas que, garantia, jamais iria desligá-lo pois era vidrado naquele barulhinho da marcha lenta. E, para qualquer comentário, sobre qualquer assunto, mesmo de serviço, vinha com sua expressão favorita: "Fala baixo, pô!" Até que a expressão virou um elogio, para nós, eu acho que só para nós, da empresa. "Você viu o novo Maverick, de oito cilindros?" "Fala baixo,pô!"

17 abril 2006

Betão

Se todos os meus cativos leitores imaginam que vou contar hoje a história do Betão, estão totalmente enganados. No último livro lido por mim, sobre um oleiro, em determinada parte o autor começou a ensinar como se fazia bonecos de barro. Daí apareceu a palavra cofragem. Em busca pela Internet descobri mais ou menos que cofragem é uma forma, utilizada para fixar um molde, pois o molde quase sempre ou, às vezes, é feito em duas ou mais partes. Daí apareceu a palavra betão. "Betão? O que é isso, perguntar-me-ão vocês?". E eu prontamente responderei, após nova pesquisa: "Betão é concreto, em Portugal, oras pois." Pensando mais um pouco, muito pouco, admirei-me: "Pô, só pode ser! É por isso que aquela máquina de fazer concreto se chama betoneira!"

PS- Artigo expressamente voltado a engenheiros civis, pedreiros, serventes e carpinteiros.



Notícia de ontem

Deu no Estadão:

"O Senado do Estado americano de Nebraska aprovou sábado uma lei que divide os distritos escolares da cidade de Omaha por raça."

Vai ser assim:

Tipo 1 - Escolas para brancos
Tipo 2 - Escolas para negros
Tipo 3 - Escolas para latinos

Alguém já imaginou o que aconteceria com o senador ou deputado que apresentasse projeto de lei semelhante aqui no Brasil? Porém, nos EEUU pode. Afinal, eles são os donos do mundo...

16 abril 2006

Bate-Papo - "Chat"

Também já tive minha fase de bate-papo pela Internet. Sempre entrava em uma sala determinada do Terra e lá encontrava umas três "amigas" e algumas vezes acontecia de falar ao mesmo tempo com as três. Os assuntos, como acontece em quase todas as salas, eram dos mais diversos e insignificantes. Ficávamos horas e horas falando bobagens, amenidades e raramente assuntos sérios. Só sei que uma das três ficou grávida e, ao comunicar a notícia aos seus amigos de chat, esperava, logicamente muitos cumprimentos: Que Maravilha, É o primeiro, Seu marido ficou contente, Que lindo, Parabéns, etc. Foi quando eu, numa inspiração shióstica, resolvi homenageá-la, copiando para a telinha a poesia de Manuel Bandeira que vai abaixo:

Entrevista

Vida que morre e que subsiste
Vária, absurda, sórdida, ávida,
Má!

Se me indagar um qualquer Repórter:

"Que há de mais bonito
No ingrato mundo?"
Não hesito;
Responderei:
De mais bonito
Não sei dizer. Mas de mais triste,
-- De mais triste é uma mulher Grávida. Qualquer mulher grávida.


A partir deste dia minhas três "amigas" deixaram bater papo comigo. Será que as três estavam grávidas?

13 abril 2006

Por que não escrevo um livro?

Esta foi a pergunta de uma grande amiga minha. E a minha resposta foi simples e objetiva. Estou lendo Saramago. Então ela disse, passe a ler Danielle Steel, Não posso, Por que, Se é para ler porcarias, fico sem ler nada, Você não pode ser tão purista assim, Eu sou, tenho minhas culturas e inculturas, mas nunca me rendo às burrices da gentalha, Que gentalha, A que le Sidney Sheldon, Danielle Steel e Paulo Coelho, Paulo Coelho não é assim, Eu acho que é, Por que, Porque diz que é um mago, que faz chover e faz parar a chuva, Você não entendeu o sentido, é tudo figurado, Mas, um mago é um mago, e ele é um mago, conseguiu vender milhões de livros para milhões de idiotas, na minha óptica por demais crítica, Você é um sectário, Pode ser, mas não sou influenciado pelas marés da imprensa e nem pelas cadeiras na Academia Brasileira de Letras, Não entendi, Simples, Paulo Coelho é um imortal da academia, José Sarney também, Ivo Pitanguy é outro. Alguém que você conhece já leu algum livro de Sarney, aliás, diga o nome de um livro de Sarney, Não sei, Pois é, ninguém sabe. Diga o nome de um livro do Pitanguy, Não sei. Diga um nome de um livro de Paulo Coelho, Diário de um mago, Muito bem, você já o leu, Não. Pois é, muita gente já o comprou, mas pouca gente já leu. É como a Bíblia. Pouca gente a leu e muita gente a tem como livro de cabeceira. Portanto, não vou ter a petulância de escrever um livro. Primeiro, existem Saramago, Machado, Eça, Veríssimo, Ubaldo, Aloísio, Mário, e centenas de outros mais. Por que escrever um livro a mais? Um Blog já é um trabalho insano para mim. Na verdade o que eu gosto mesmo é de sambar na avenida.

12 abril 2006

A mulher ideal

Li no Blog do Zeca que Richard Bach, após ter encontrado a celebridade com seus escritos, decidiu procurar a mulher ideal. Sem qualquer preconceito contra as mulheres, não acredito que haja uma mulher ideal. Assim como nunca haverá um homem ideal para qualquer mulher. Existe um livro muito ilustrativo sobre esse assunto, que não li, nem pretendo ler, chamado:
"O homem é de Vênus e a mulher é de Marte". Creio que o título do livro e a convivência diária que temos, homens ou mulheres com pessoas do sexo oposto, mulheres e homens, bastam para comprovar minha tese da inexistência de homens ou mulheres ideais. Partindo mais profundamente para analisar o assunto, mostro abaixo as diferenças mais substanciais entre homem e mulher:

1. A mulher não consegue comprar um desodorante, detergente ou amaciante de roupas sem abrir o vidro e cheirar.

2. A mulher não consegue ir ao supermercado para comprar shampoo sem antes verificar o preço de todas as escovas de dentes e travesseiros, apalpando estes para ver sua consistência e maciez.

3. A mulher, ao término de uma visita, fica mais tempo conversando após a despedida que durante a visita.

4. A mulher não se reune com suas amigas para tomar cerveja e jogar conversa fora. Joga conversa fora, mesmo sem tomar cerveja.

5. A mulher não tolera que seu marido jogue conversa fora tomando cerveja.

Desta forma, numa ida ao supermecado com um homem, a mulher ideal passa a ser a mais importuna das criaturas, na visão do homem. Da mesma forma, o ódio que ela sente por seu homem, quando vai ao supermercado, devido à objetividade e falta de criatividade do mesmo, a leva a concluir que não há homem ideal. Principalmente depois de 1 ano juntos, casados ou não e seu homem jogando conversa fora com cerveja dentro.

Para aprofundar mais ainda este estudo, terei que entrar na dimensão do tempo e espaço. Para dizer, em letras minúsculas, que existe a mulher ideal e também o homem ideal. Quando, perguntar-me-ão vocês(desculpe, perguntar-me-á você)? Simples: durante o noivado e primeiro ano de convivência, quem sabe até o segundo ano. Portanto, concluindo esta substancial e intrincada análise psicológica e fisiológica, digo o seguinte: "Que dureza, hein?"

"Um estranho no fio"

11 abril 2006

Resposta do amigo

Inacreditável Aguiar,

Sinto-me lisonjeado como receptor de sua inspiração. Você continua evoluindo, enquanto outros (como eu) atravessam um deserto, árido de criatividade, de estilo e de outros temperos. Foi-se o tempo em que de meu cerebelo brotavam considerações ilógicas, mas precisas dentro do contexto. Absurdas, mas consistentes com a estrutura matemática do pensamento enlouquecido. Hoje, decadente, vivo à margem da vida, sem amparo ou guarida – oh, Deus, como meus textos são intrépidos e fugazes... Quoting, é o que muitos jazzmen fazem lembrando ao Clifford Brown. Aliás, procurei, procurei, (de lanterna na mão) e não encontrei “I Remember Clifford”, com a qual iria retribuir sua gentileza. A vida é curta, principalmente pra quem morre cedo. E ele foi precocemente, aí pelos seus 28 anos, para o outro lado. Ficou a lenda.

Passar bem

Carta a um amigo

Tonico

São coisas que acontecem e a gente não consegue explicar. Aconteceu comigo nestes dias de chuva e sol a pino. Sinto-me perfeitamente idiota ao ter que confessar esta minha ignorância ou insensibilidade. Mas, como amigo é pra essas coisas, vou confessar. Sei que sou um pouco alienado e às vezes, falo o que não sei e outras, não sei o que falo. Mas, devo dizer, em surdina que, acho que faltou orientação, principalmente de sua parte, pois, esta falha foi demais para mim. 61 anos, há pouco completados e não havia compartilhado momentos tão agradáveis com ele. Nunca é tarde para saber o que você não soube mais cedo. Cedo porém à beleza e à intimidade e digo, envergonhado e vexado (acho que são sinônimas), que, finalmente conheci Clifford Brown.

Adeus

E.T. - Porque adeus não se escreve ADeus?

09 abril 2006

O Presidente cansado

Vou fazer aqui uma previsão bombástica. Lula não vai ser candidato à reeleição! Tenho várias razões para ter chegado à essa conclusão:

1. Ainda não anunciou que é candidato.
2. Seus inúmeros compromissos, como: reuniões, viagens, inaugurações, entrevistas são muito cansativos, principalmente para quem nunca trabalhou muito na vida.
3. Teria que enfrentar outra campanha para a reeleição, extremamente extenuante.
4. Já conseguiu ser Presidente da República. Seu nome ficará para a eternidade em nossos livros de história.
5. Adicionou às suas várias aposentadorias mais uma, a de Presidente da República. Está com a vida feita.
6. Em não sendo candidato será considerado um exemplo de patriota, ao legar o governo ao sucessor com uma economia razoável.
7. A divulgação da corrupção praticada pelo PT e partidos aliados será reduzida.

Irmãos, creiam em mim e o Brasil poderá ser salvo!

07 abril 2006

Primeiro Mundo - II

Retornava eu de São Paulo, onde fui visitar meus sogros, quando, perto de Campinas, resolvi dar uma paradinha no Shopping Serra Azul, aquele que fica sobre a Bandeirantes. Sou fanático por artigos fantásticos, como, por exemplo, canivetes Victorinox. Como o meu já estava meio velhinho, com as capas quebradas, estava disposto a comprar um novo, igual ao meu, com todas as lâminas, tesoura etc. Porém, a vendedora, cujo nome deveria ser Alice me disse que ele estava fora de linha. "Mas, se o senhor quiser, pode levar o seu para a Victorinox, em São Paulo, olha aqui o endereço, que eles fazem uma reforma de graça." E a Alice não forçou a barra, vendedora que era, de me empurrar um similar. Curioso, entrei na página da Victorinox e descobri que, além de representantes desta empresa, também representavam as canetas Cross. No dia seguinte, entrei em contato com a Victorinox, sendo atendido por um português muito simpático, Sávio Santos, que me disse para enviar os produtos por Sedex, que eles dariam um jeito de repará-los. Isto aconteceu há mais ou menos um mês. Recebi há dois dias um e-mail me pedindo para fazer um depósito bancário na conta da Victorinox de R$20,00, pois meus objetos já estavam consertados. Fiz o depósito e hoje recebi o canivete e a caneta restaurados. O conserto da caneta(Troca de mecanismo) foi feito de graça e a troca das capas do canivete custou o absurdo de R$7,00. Quando enviei os objetos, coloquei-os em uma capa de óculos para protegê-los. Eles retornaram na mesma capa de óculos, perfeitos e renovados. Observação final: Canivete Victorinox- Made in Swiss. Caneta Cross- made in USA. Garantia do canivete: lâminas, acessórios e molas: eterna. Garantia do mecanismo da caneta: eterna. Estamos no primeiro mundo mesmo!

06 abril 2006

Nem mãos, nem pés

Achei muito interessante a descoberta que fiz nestes dias. Na verdade, não é uma descoberta, mas sim uma constatação. O meu ídolo atual, Saramago já leu os livros de Machado de Assis. Digo isso porque, no Dom Casmurro, o Machado de Assis discorre em algumas páginas sobre a vontade própria que tem os pés. Ele diz que, quase sempre, os pés tomam um rumo próprio, e levam o dono dos pés a determinado lugar, sem que este (o dono dos pés) tenha consciência do local para onde está indo. O livro de Saramago, minha leitura atual, "A Caverna", tem como personagem principal um oleiro artesanal, fabricante de pratos, ânforas, moringas e que tais. Em determinada parte do livro ele fala que as mãos tem vontade própria, em suma, fazem o que é preciso fazer para criar uma peça, sem que o oleiro tenha que se preocupar e se programar para executar sua arte. Esta foi a constatação: Saramago é fã de Machado.
Por outro lado, eu acho que realmente o órgão que tem vida própria, uma vida, algumas vezes irresponsável e importuna é o pênis, o órgão erétil e copulador masculino, que se recusa a obedecer nossos comandos do cérebro e cresce em momentos em que deveria ficar quietinho e outras vezes não cresce, quando deveria fazê-lo.
Não quero dizer com isso que os mestres estejam errados, mas sim que o campeão mesmo é o independente e poderoso Bráulio.

04 abril 2006

Diálogos - I

- Assim fica difícil... Você não vai conseguir nunca. Não pode morder. Tem que ter delicadeza e carinho. Tem que começar pondo só a ponta.
- Assim?
- Mais ou menos, mas, se você babar, estraga tudo.
- Não consigo fazer sem babar.
- Tá vendo?
- O quê?
- Temos que começar tudo de novo. Você babou. É preciso ter em mente um só objetivo, um só caminho. É preciso que fique claro o seu desejo: quer continuar ou parar aqui mesmo? Já passei estes ensinamentos para vários jovens, de todos os sexos e tive sucesso com alguns, com outros não. Não quero me decepcionar mais. Pergunto: é isso mesmo que você quer?
- Lógico, estamos aqui para isso. Acha que devo tirar o batom?
- Você está de batom? Já conversamos sobre isso, batom não tem nada a ver.
- Tem certeza?
- Abra a boca suavemente, eu o coloco e você, procure apalpar somente a ponta, não avance muito.
- Assim está bom?
- Não aperte e nem babe! Só a ponta!
- E agora?
- Quando eu der o sinal, chupe suavemente.
- Agora?
- Já!
- Não agüento o cheiro!
- O que que o nariz tem a ver com a boca? Tem que sentir pela boca e não pelo nariz.
- Eu sei.
- Chupe outra vez.
- E o meu nariz? Acho que não vai dar.
- Faça o seguinte: chupe e fecha o nariz com a mão esquerda.
- Pode ser com a direita?
- Pode.
- Agora melhorou, mas, acho que vou tossir...
- No começo é assim mesmo. Pode tossir e tire a mão do nariz.
- Cauf, cauf, cauf....
- E aí, gostou do começo?
- Acho que eu fico ridícula, não posso fazer isso com a mão no nariz. É ridículo.
- Estamos só começando. Vamos começar de novo. Você está indo bem, já até parou de babar.
- É melhor eu tirar o batom, senão vai manchar tudo.
- É melhor mesmo.
- Abra a boca agora e, como eu falei, pegue só a pontinha, de leve.
- Tá bom assim?
- Tá. Agora, vamos tentar sem prender o nariz e sem babar.
- Manda vê!
- Pronto, já acendi o cigarro. Chupe a fumaça devagarinho e tente soltar pelo nariz.
- Cauf, cauf, cauf.....