19 setembro 2006

Eleições 2006

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

Desde que Jurandir ficou careca começou a desconfiar do ser humano e de seu criador. Piorou quando viu o trecho do famoso discurso de Ruy Barbosa no Senado da República, em 12 de agosto de 1902, ficando muito confuso. Já era 2006. Maldita a hora em que ele leu num blog que sua filha deixou aberto no micro a frase do Ruy. Tinha a mania de dar nomes aos bois: Ao ver nulidades, pensou: "Só podem ser o Zezé de Camargo e Luciano, Ronaldinho Gaúcho e Faustão. Chegando à Desonra, pensou no próspero açougueiro da esquina que vendia coxão duro como se fosse picanha. Quando leu Injustiça, pensou na cabeleira do Álvaro, que com 60 anos ainda usava rabo de cavalo. Ao se agigantarem os poderes nas mão dos maus só pode se lembrar dos donos daquelas maquininhas eletrônicas de jogo que faziam uma concorrência desleal com as loterias da caixa. Porém, não gostou do fim da frase. Pois, um homem que tem uma formação como a sua, ciente de suas verdades, jamais desanimaria da virtude e nunca riria da sua honra e teria vergonha de ser honesto. Como diria Mesmeu, o filósofo triste: "Fala sério!"