07 julho 2006

Loucos

A idéia desta pérola da literatura é responder a um questionamento e a algumas dúvidas do Caos e Ordem. O estudo é sobre loucura e normalidade.
Não vou falar sobre loucos, mas, na minha juventude convivi com pessoas especiais: O Paulo Cavazin, o Cláudio Prince, o Tonico, o Percival, que eram, eu acho, um pouco diferentes dos outros amigos. No meu mundinho eu os achava um pouco diferentes, embora fossem meus amigos mais chegados. O Paulo era um poeta impopular, compositor e tocador de piano. Suas poesias eram ininteligíveis assim como sua música. Jamais me esquecerei do som massacrante de sua música "Martelos Torturantes". O Cláudio Prince era um gênio na escola, um rachador e totalmente biruta. Conseguiu me por na cadeia de Americana ao fugir da polícia rodoviária pois não tinha carteira de motorista e resolveu dar um pau numa Veraneio com um DKW. Ele era menor(17 anos) e eu não(18). O Tonico, adolescente ainda, já curtia jazz and bossa-nova prá cacete. Era o gênio da turma, não precisava estudar. Detestava o Adelino Moreira, o Chitãozinho e Xororó da época. O Percival era o super-gênio, o cara mais inteligente que conheci até hoje. Conseguia destrinchar todos os problemas das ciências exatas ou inexatas com a mesma facilidade. Extremamente objetivo e conciso. Essa era minha turma. Certo dia comentei com o Percival que todos os amigos que eu tinha na época eram meio diferentes, meio esquisitos. Ele me disse: "E você, onde se enquadra, acha que você é um cara normal?"



OBS. O Paulo não aparece pois não foi nessa festa. E Cláudio Prince já morreu.