22 abril 2006

"Todos os nomes"

"Todos os nomes" é o título de um livro do Saramago. Creio que meu único leitor não vá me dedurar ao escritor por eu ter usado este nome para as minhas besteiras de hoje. É o seguinte: Meu avô paterno se chamava Arlindo e minha avó, Maria das Dores. Tiveram, vários filhos: Eurico, Vital (meu pai), Maria Aparecida (Tia Mariazinha), Aracy e Flávio. Não consigo entender a variedade de estilos encontrada nesses nomes: Eurico, Vital, Flávio e Aracy eram nomes usáveis, e portanto, os nomes que eles levaram por toda a vida. Porém, nessa irmandade havia uma Maria Aparecida, um nome impronunciável, tanto que virou Mariazinha. No lado de mamãe, a conversa foi a mesma: Milhares de filhos: Edna, Esther, José, Leônidas, Isabel (Tia Belinha), Maria Isabel (Tia Pequitita) e Maria José (Tia Santa). Meus avôs: João e Juventina( Vovó Tina). Por incrível que pareça, o Tio José ficou com esse nome até hoje. Nunca foi chamado de Tio Zé. No entanto as Isabéis e Maria José, passaram a vida toda com apelidos, inclusive minha avó Juventina, a Vovó Tina. Baseado neste princípio ecológico dei a meus filhos nomes simples e diretos: O primeiro filho, Flávio. O segundo, Márcio.
Porém, podem chamá-los de Frávio e Marcião. Não sei se é do conhecimento do mundo, mas vivemos em Limeira-SP.


A foto acima é da esposa de meu primeiro e único leitor. Seu nome: Zélia, grande amiga e, sem dúvida, p da vida comigo, por tê-la exposto ao mundo internético

Competência Emocional - Suzy Fleury

Tive a felicidade de assistir à palestra sobre "Competência Emocional", apresentada pela psicóloga Suzy Fleury. Este fato aconteceu em 25/03/2006, sexta-feira. Saí maravilhado da apresentação. Não pela palestra em si, mas, principalmente pela minha atitude, extremamente adulta e equilibrada, pois não quebrei nenhuma cadeira nem joguei pedras na apresentadora. Talvez eu estivesse em um dos meus dias especiais em que perdoo todas as besteiras proferidas por quem quer que seja e continuo zen. Passei mais ou menos duas horas ouvindo coisas óbvias e vendo casos alegres e tristes apresentados nos clipes. É uma técnica usada frequentemente por esses palestrantes de auto-ajuda. Deixam você extremamente alegre com uma risada de um bebê e depois te massacram com um paraplégico pintando um quadro com a boca. Há nestas apresentações pessoas que chegam às lágrimas e se cansam de aplaudir o apresentador. No caso específico desta senhora, muito produzida e malhada, por sinal, pois não é tão mocinha assim e tem um corpo muito bom, cheguei às lágrimas de ódio quando tive que ouvir um clip com o Chitãozinho e Xororó, de fundo para um monte de deficientes numa olimpíada para paraplégicos. Aquilo me doeu muito. Não os paraplégicos, os quais muito admiro, especialmente por continuarem a viver, mas sim por causa daquela música horrorosa cantada pela mais horrorosa dupla caipira do Brasil, depois de Zezé de Camargo e Luciano. Depois apareceu um maneta que conseguiu tirar carteira de motorista, após muito sacrifício. No clip este rapaz falou milhares de vezes que é preciso ter perseverança, entusiasmo, vontade, amor, suor etc. para vencer na vida. Foi um clip de mais ou menos 10 minutos, extremamente repetitivo e vazio. Depois, falando sobre a disposição de cada um para o trabalho diário, disse que era preciso dormir muito bem, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso e ter um ótimo preparo físico. Coisas surpreendentes, jamais pensadas por ninguém. Para ilustrar esse fato, mostra uma foto do Ronaldinho Gaúcho, dizendo que ele treina todo o dia para manter sua forma física (Pudera!). e mostra clipes de Ayrton Senna e suas frases de efeito, do tipo: Quando chego ao limite que estipulo, sei sempre que é possível ultrapassar esse limite, etc. E depois pede aplausos para o Ayrton Senna. Que maravilha! Para finalizar, tenho certeza que essa senhor nunca trabalhou em qualquer empresa e sempre foi palestrante, se não, não teria coragem de falar tantas besteiras a pessoas com cérebro como eu, que estavam na platéia esperando algo inteligente e fora do óbvio. Nota zero para essa palestra, nota zero para Suzy Fleury, que deveria continuar no seu universo futebolístico, dando palestras para jogadores de futebol e não para empresários, pois jogadores e técnicos de futebol têm o QI ideal para absorver suas "grandes idéias e conselhos".


Igreja Matriz - Limeira-SP