06 abril 2006

Nem mãos, nem pés

Achei muito interessante a descoberta que fiz nestes dias. Na verdade, não é uma descoberta, mas sim uma constatação. O meu ídolo atual, Saramago já leu os livros de Machado de Assis. Digo isso porque, no Dom Casmurro, o Machado de Assis discorre em algumas páginas sobre a vontade própria que tem os pés. Ele diz que, quase sempre, os pés tomam um rumo próprio, e levam o dono dos pés a determinado lugar, sem que este (o dono dos pés) tenha consciência do local para onde está indo. O livro de Saramago, minha leitura atual, "A Caverna", tem como personagem principal um oleiro artesanal, fabricante de pratos, ânforas, moringas e que tais. Em determinada parte do livro ele fala que as mãos tem vontade própria, em suma, fazem o que é preciso fazer para criar uma peça, sem que o oleiro tenha que se preocupar e se programar para executar sua arte. Esta foi a constatação: Saramago é fã de Machado.
Por outro lado, eu acho que realmente o órgão que tem vida própria, uma vida, algumas vezes irresponsável e importuna é o pênis, o órgão erétil e copulador masculino, que se recusa a obedecer nossos comandos do cérebro e cresce em momentos em que deveria ficar quietinho e outras vezes não cresce, quando deveria fazê-lo.
Não quero dizer com isso que os mestres estejam errados, mas sim que o campeão mesmo é o independente e poderoso Bráulio.

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