12 junho 2006

Dia dos namorados

Hoje, 12 de junho, é comemorado no Brasil o "Dia dos Namorados". E, com muita razão, este dia devia ser comemorado e curtido infinitamente, principalmente quando se estava namorando, adolescentemente, no século passado. Acho que a melhor parte da vida do casal é durante o namoro. Quando o homem punha sua calça de tergal e sua camisa volta ao mundo, passava um Rastro no rosto e fazia a barba(quando a tinha). Era muito gostoso. Ao mesmo tempo a menininha já tinha passado na costureira e pegado seu novo vestido, para ficar lindinha para sair com seu namorado. Eles iam à praça, sentar no banco do jardim e comer pipoca. Que tristeza quando ameaçava chuva! Daí, o jeito era ficar no terraço da casa do sogro, de mãos dadas, uma delas e a outra tentando umas investidas um tanto infrutíferas mas, estimulantes. No entanto, havia momentos de terror. Após alguns inocentes amores, no banco da praça, a jovem dizia: "Vamos tomar um sorvete?" Que dureza! a dureza era exatamente onde vocês estão pensando. Lá! "Espera um pouquinho, meu bem, vamos esperar acabar aquela fila." "Que fila?" "A do sorvete." "Mas, não estou vendo fila nenhuma..." "Aquela lá na esquina, eu prefiro o da Kibom." "Tá, bom." Enquanto isso, o menino procurava se concentrar na Guerra do Iraque, que ainda não existia e nas catástrofes dos Tsumanis, que não conhecia, para ver se aquela dureza acabava. Alguns truques mais poderiam ser usados: Morder a língua, arrancar uns fios de cabelo e pensar na cara da sogra. Aliás, este truque sempre funcionava, independente da sogra. Era muito bom. E tinha ainda o cinema às segundas. Era como uma religião. Ou você ia ao cinema na segunda ou não era digno de namorar quem quer que fosse. O filme não interessava. Uma vez uma barata voadora me bateu em cheio na testa. Disfarcei e continuei namorando. Barata voadora era apenas um detalhe insignificante. A gente ia ao cinema para namorar e não para ver o filme. A verdade é a seguinte: não sei qual é a verdade, mas, que era bom, era. Como era gostoso não ter compromisso...

3 comentários:

caos e ordem disse...

li, gostei muito, apenas achei um pouco saudosista demais. Que é lindo é inegável.
zecão

caos e ordem disse...

Tenho dificuldades tamanhas de conexão que não há antena de cabide que resolva. Minhas demoras para comentar e me comunicar já ficam previamente justificadas.

zecão

Anônimo disse...

Caro mano Shiost
Achei um "barato" este "Dia dos namorados"! Pelo jeito, todos os jovens faziam coisas iguais! Lembro-me até hoje que quando chovia, o papai dizia, fingindo não saber que eu namorava (fez isso 2 anos ):- "quem não namora não sai em dia de chuva!" E o remédio era ver o Gil apenas no domingo de manhã ao me buscar na missa do S. Benedito. Isso, depois de ficar às vezes, um tempão sem vê-lo.
Mas era tudo muito bom! Viva o saudosismo e aqueles tempos que não voltam mais!
Também passei por essa experiência da barata que estragou o meu namoro
Desculpe por contar o "lance" da Raquel, mas afinal...........sou irmãcaçula.
Cuidado com a letra da música que colocou. Minha cunhada Lucy pode ficar enciumada.