24 outubro 2006

Um pouco de História

Nasci em 1945. Em 1954, no meio do ano, meu pai e família se mudaram de Pirassununga para Limeira. Nunca vi algum pai mudar de uma cidade para outra no meio do ano letivo. Mas, sempre há uma primeira vez. Cheguei aqui na metade do quarto ano letivo. Como, no próximo ano deveria deixar o grupo escolar e entrar no Ginásio, meu pai me pagou um preparatório com a Dona Cleonice para que eu pudesse prestar o concurso ao colégio Castello Branco, onde eu faria o ginásio. Aqui, de novo, é preciso abrir um parênteses. Na época, só os filhinhos da classe média podiam pagar a escola da Dona Cleonice e depois entrar no Ginásio. O Ginásio era do Estado e a melhor escola da cidade, grátis. Assim, só os filhinhos de papai podiam cursá-lo. Hoje em dia é diferente: Só os filhinhos de papai podem fazer o cursinho e entrar nas faculdades públicas, grátis. Mas, fugi do assunto. No dia do exame, ao chegar à escola percebi que esqueci a borracha. Fiquei desesperado. Como fazer para apagar as bobagens que escreveria. Não tive dúvidas. Pedi emprestado a bicicleta do Toninho e me mandei para a papelaria Busch, a uns 6 quarteirões para comprar uma borracha. Eu morava a uma quadra da escola. Acreditem ou não, esta foi minha primeira ejaculação. Fiquei tão emocionado que acho, fiz nas calças, em cima da bicicleta. Voltei correndo e consegui fazer a prova. Fui aprovado, provavelmente no fim das listas e entrei no mais conceituado colégio de Limeira. Este curso, de 4 anos se chamava Ginásio. E continuava em diversas opções, após o témino: você podia fazer o científico, o clássico e o normal. Quem fazia o científico tinha que prestar vestibular para medicina, engenharia ou agronomia. Quem fazia o clássico, tinha que prestar Letras e, quem fazia o normal, ia dar aulas no grupo. Eu fiz o científico e parti para SP para fazer cursinho para engenharia. Que pauleira! Acho que o Lula, o próximo presidente, deveria lutar por esta antiga forma de estudo: Ginásio, Científico, etc.. Parece que a gente tinha um objetivo maior na vida. Terminar o ginásio, depois liquidar com o científico, depois lutar por alguma coisa melhor. Essa coisa de estudo corrido, na minha opinião é uma lerda!

3 comentários:

marianicebarth disse...

Eta nóis! Que gostoso que era passar para o Ginásio! Fazer Curso de Admissão, super difícil (pelo menos a gente achava), depois escolher entre Científico, Clássico e Normal, escolher errado (e ter de continuar naquilo que NÃO ERA o que você queria), fazer vestibulinho, super difícil, mudar de escola e depois sair da máquina direto para São Paulo (OH!), para fazer vestibular de verdade (OOOOHHH!!!), entrar na faculdade errada e sair do outro lado com o diploma errado na mão! E aí, como o que não tem jeito remediado está, fazer muito bem feito o que você não queria! Mas NEM PENSEM que estou reclamando! Foi muito bom!
Mas, Shiost, não sei colocar os links. Ensina?

Anônimo disse...

Oh! Que maravilha essas lembranças que tanto você, Shiost como a Primanice, colocaram de uma forma tão viva e real.
Só não entendi a diferença entre fazermos Curso de Admissão e entrarmos numa Escola Pública
(gratuita)e hoje. Continua igual, my brother: "os filhinhos de papai" fazem como nós naquela época: cursinhos para entrar numa faculdade não paga.
Eu fui exceção: entrei num colégio particular, não sei porque; talvez por superproteção do papai?

É isso aí, prima, embora com escolhas erradas éramos bem mais felizes que os jovens de hoje, alguns já cursando a quarta faculdade: PAGA!

caos e ordem disse...

Olá véiarada, num têm vergonha não?
Um descarado fala do primeiro gozo, outro em vez de falar o cacete fala "o caninho".
Em primeiro lugar quero explicar que estou comprando um pentium 4, para reduzir meus problemas de comunicação, linha discada só vou parar de usar quando tivermos cabo ou speedy. O pentium já foi encomendado, com a competente supervisão do Shiost. Quando a comunicação melhorar talvez eu passe a acompanhar os blogs e os comentários com mais frequência. Reconheço que é muito interessante e há muito o que comentar.
Acho necessário esclarecer que o TimTim hoje é um santo pra pagar os pecados do tempo de moleque. Ele podia bem contar no blog parado suas aventuras de infância daqueles iiiii......dos anos 40.
Hoje fico por aqui que ainda vou dar uma comentada no blog da Nice to meet, antes que ela viaje para a Austrália.